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TV Brasileira: cinqüentona com fôlego de jovem

Do preto-e-branco à imagem digital, do teleteatro à novela, dos programas de calouros aos interativos pela Internet, a tevê brasileira comemora seus 50 anos nessa segunda, 18 de setembro

Por Agencia Estado
Atualização:

A história da televisão brasileira, iniciada há 50 anos a serem completados nesta segunda, dia 18, foi marcada por importantes momentos. Hoje, às vésperas da tevê digital, é difícil contar tanta coisa que aconteceu. Do filme preto e branco ao colorido, dos programas de calouros aos interativos, a tevê de Assis Chateaubriand tem muito que contar. Apesar de cinqüentona, ela prova que ainda tem fôlego de jovem, e cria, a cada ano, novas fórmulas de conquistar o público brasileiro. No início os programas tinham o formato do rádio, com atrações baseadas em pequenos shows, quadros humorísticos, poesias declamadas, cenas românticas teatralizados e comentários políticos, além dos famosos musicais. Um dos primeiros programas foi Rancho Alegre, que estreou em 20 de setembro de 1950. O humorístico era comandado por Amaccio Mazzaropi e Geni Prado. Em 27 de novembro foi ao ar o primeiro teleteatro: A Vida Por Um Fio, estrelado por Lia Aguiar, com adaptação de texto e direção de Cassiano Gabus Mendes. Já o primeiro programa infantil foi Gurilândia, produzido e apresentado por Homero Silva. A primeira telenovela brasileira, Sua Vida Me Pertence, foi ao ar em 21 dezembro do ano seguinte, com Walter Foster, Vida Alves e Lia de Aguiar. Nela aconteceu o primeiro beijo frente às câmeras. As aventuras da boneca de pano Emília, e dos primos Narizinho e Pedrinho, escritas por Monteiro Lobato em Sítio do Pica-Pau Amarelo, foram para a tela em 3 de junho de 1952. No mesmo ano, em 17 de agosto, estreou o programa teatral TV de Vanguarda, inspirando a criação do Clube dos Artistas, um programa musical e de entrevistas, produzido por Ailton Rodrigues e apresentado por Homero Silva. Em 1953, uma nova emissora entra no ar: TV Record, em 27 de setembro. A inauguração foi marcada por um grande show com Dorival Caymmi, Elizabeth Cardoso, Inezita Barroso. ReproduçãoCena da adaptação para TV do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, da década de 70. Primeira versão foi ao ar em 52 Ao lado de tantos programas de entretenimento, o telejornalismo brasileiro registrou em 1954 importantes coberturas, como o 4º Centenário de São Paulo, a perda do título de Miss Universo de Marta Rocha, o suicídio de Getúlio Vargas, e a indicação de Juscelino Kubtschek à presidência da República. O programa O Céu é o Limite e a Ginkana Kibon também foram grandes sucessos. Época dos Calouros - Um dos maiores sucessos da televisão, a Discoteca do Chacrinha começou em 1960. A novidade era a irreverência de Abelardo Barbosa, que trouxe à frente das câmeras a beleza de suas "chacretes", o concurso de calouros com direito ao "Troféu Abacaxi", além de seu jeito bastante popular de se comunicar com o público. "Quem não comunica, se estrumbica", costumava dizer o Velho Guerreiro. A Record aproveitou a boa fase da música popular brasileira e lançou em 1965 o programa O Fino da Bossa, comandado por Elis Regina. No mesmo ano, a atração Jovem Guarda apresentou o cantor Roberto Carlos na televisão, e a Excelsior transmitiu o I Festival de Música Popular Brasileira. As telenovelas - que já naquela época consideradas grande sucesso de audiência - registraram um fato curioso. Em 1964, Direito de Nascer, de Felix Caignet, teve seu último capítulo transmitido ao vivo, no estádio do Maracanã, sob a direção artística de Lima Duarte. Também considerado um ícone das telenovelas, Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso, contou pela TV Tupi as aventuras de um anti-herói bem brasileiro, vivido pelo jovem Luís Gustavo. Em Cores - Em 72, a televisão brasileira ganhou cores, e no mesmo ano a TV Cultura encheu os olhos da criançada e lançou, junto com a Globo, um dos maiores programas educativos da época: Vila Sésamo, com Armando Bógus, Sônia Braga e Aracy Balabanian. Em 73, dois grandes sucessos marcaram a história da TV: Fantástico, O Show da Vida e a novela O Bem Amado, de Dias Gomes, ambos da Globo. Dois anos mais tarde, a censura vetou a novela Roque Santeiro, um prejuízo na época de 4 milhões de cruzeiros. Ainda assim, a emissora carioca novelas não desistiu e estreou mais dois produtos: Gabriela, de Jorge Amado, com adaptação de Walter Jorge Durst, e Escalada de Lauro César Muniz. Já a década de 80 foi marcada por uma grande produção de programas informativos e de entretenimento. Os destaques foram TV Mulher (83), Canal Livre (80), Flash (87), Comando da Madrugada (87), Xou da Xuxa (87), TV Pirata (88) e Jô Soares, Onze e Meia (89). Os anos 90 entraram para a história com o advento da TV a cabo, que ampliou o leque de opções, oferecendo uma programação bastante específica. Além disso, a interatividade passou a ser outra constante nos programas, que buscam maior proximidade com o público, cada vez mais exigente às vésperas no novo milênio.

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