TV Brasil fecha série 'Lutas.doc' com 'O Que Vem Por Aí'

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Por Ana Katia
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Para João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), daqui a um século "a sociedade mais desigual do planeta, a brasileira", terá se redimido de suas injustiças. As fronteiras estarão dissolvidas e viveremos em um mundo socialista. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que em 2090 o Brasil estará na liderança mundial. Na contramão dos dois, o escritor Ferréz supõe que o País sequer vai existir. Para ele, as coisas do jeito que estão só podem caminhar para um cenário de destruição e miséria. "Se plantasse livro, colhia doutor. Está plantando arma, vai colher homicida", diz Ferréz em "O Que Vem Por Aí", quinto e último episódio da série documental "Lutas.doc", que a TV Brasil exibe amanhã, às 23 horas, com reprise na quinta-feira, à meia-noite. Com depoimentos de historiadores, políticos, filósofos e artistas, "Lutas.doc" reflete sobre a violência e suas raízes na história brasileira. Como o próprio nome sugere o episódio "O que vem por aí" fala do futuro."Só se consegue mudar o futuro com profundo conhecimento do passado", considera o diretor Luiz Bolognesi, produtor e roteirista de "O Bicho de Sete Cabeças" (2001) e "Chega de Saudade" (2007) e parceiro de Laís Bodanzky no Cine Tela Brasil, ex-Cinema Mambembe, há 12 anos levando filmes de graça às periferias do País, atualmente em salas com ar condicionado e 225 lugares. "Hoje temos patrocínio e a abóbora virou carruagem", diz o diretor.As entrevistas exibidas em "Lutas.doc" foram realizadas no ano passado, mas o desenho animado que é intercalado aos depoimentos levou três anos para ser produzido por uma equipe de 60 profissionais trabalhando todos os dias. A série é o embrião de uma animação em longa-metragem com previsão de chegar aos cinemas no primeiro semestre de 2011.No desenho animado "Lutas", o protagonista, cuja voz é do ator Selton Melo, vive 600 anos em quatro fases: é um índio Tupinambá na chegada dos europeus; um líder da Revolta da Balaiada no Maranhão do século 19; um militante da luta armada contra a ditadura militar e, no futuro, em 2090, um jornalista em visita a um Rio de Janeiro alagado, com problemas de abastecimento de água.Tanto o documentário quanto o filme pretendem contar a história do Brasil que não se aprende na escola. "Mas ao mesmo tempo é uma história cheia de acontecimentos incríveis, de emoção, adrenalina e ação", diz o diretor. O objetivo da série, e também do filme, é falar com o público mais jovem, por isso a escolha do desenho animado como linguagem. A série "Lutas.doc" sairá como material extra no DVD do filme "Lutas", cujo avant-trailler já está disponível no You Tube.

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