Tristeza que vem do frio

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Por Redação
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Folk music, frio e melancolia são três elementos que sempre se associam entre si e à beleza. Com o Franny Glass não é diferente. Em suas canções e letras, Gonzalo Deniz imprime uma certa tristeza, às vezes profunda, como é o caso de Fin de Semana e Protegiéndome del Sol, acentuada por sua interpretação pungente e instrumentação de uma delicadeza arrebatadora. "Algumas letras são autobiográficas, outras são fictícias, às vezes as duas se mesclam. Misturo histórias verdadeiras com coisas de minha imaginação para que fique mais interessante", diz Deniz.O tipo de tristeza de suas canções é "uma tristeza que parece bela". "Encontro beleza nas canções tristes. Elas não me deixam mal, me fazem ver um mundo mais lindo. Posso ouvir Leonard Cohen um sábado à noite e logo sair com amigos na maior alegria. O fato de fazer canções tristes não quer dizer que eu seja uma pessoa triste. Procuro transmitir coisas que outras canções, filmes ou livros também me transmitiram. Além do mais, por mais tristes que sejam as canções, sempre há uma luz no final, uma atitude positiva do protagonista."À primeira audição, os discos de Franny Glass remetem a Belle & Sebastian. E Deniz não se incomoda com a comparação. "Devo muito a Belle & Sebastian, como também a Leonard Cohen, Donovan, Fernando Cabrera ou Magnetic Fields. Não me parece errada a comparação, mas sim um tanto preguiçosa. Afinal, tenho pouco material editado, e pouco a pouco estou encontrando um estilo pessoal. Meu objetivo é que Franny Glass se pareça somente com Franny Glass, mas isso leva tempo."O compositor, cantor, guitarrista e tecladista diz que entre seus projetos para breve é gravar um disco com a Mersey, outra banda da qual faz parte, e começar logo a produzir o terceiro do Franny Glass. Em agosto ele segue em turnê pela Argentina com o também múltiplo Luciano Supervielle. / L.L.G.

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