
02 de setembro de 2010 | 00h00
Há muito anos, quando estava recém-começando, o Quarteto de Jazz Moderno gravou uma composição do seu pianista John Lewis chamada Django, homenagem ao legendário guitarrista cigano Django Reinhardt. Foi o primeiro grande sucesso do Quarteto e a sua primeira experiência com uma estrutura musical mais elaborada, apenas sugerida no seu uso inicial do contraponto e de outras formas eruditas, e que eles expandiram de maneira notável ao longo dos anos. Muita gente que nunca tinha ouvido falar do Django tratou de conhecê-lo depois da homenagem do John Lewis.
O trompetista Clifford Brown era considerado a maior revelação do jazz dos anos 50 quando morreu, em 1956, num acidente de carro, com 25 anos. O saxofonista Benny Golson o homenageou com uma trenodia comovente intitulada I Remember Clifford que foi gravada por muita gente, incluindo o Ray Charles.
Não sei se o saxofonista japonês Sadao Watanabe chegou a tocar com a Elis Regina ou sequer conhecê-la, mas a admirava tanto que fez uma música para lembrá-la depois da sua morte. Elis é um samba, gravado pelo próprio Watanabe e, que eu saiba, inexplicavelmente, por ninguém mais.
Também tem uma música do Sérgio Bittencourt em homenagem ao seu pai, Jacó do Bandolim. E, claro, o Chico Buarque homenageia todo o mundo no seu Paratodos: Caymmi, Jackson do Pandeiro, Ary Barroso, Vinicius, Nelson Cavaquinho, Luiz Gonzaga, Pixinguinha, Noel, Cartola, Orestes Barbosa, Caetano, João Gilberto, Erasmo Carlos, Benjor, Roberto Carlos, Gil, Hermeto, Edu Lobo, Milton Nascimento, Nara, Gal, Bethânia, Rita Lee, Clara Nunes... E seu maestro soberano, Antônio Brasileiro. Para terminar por onde o CD sonhado começa, pelo Tom.
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