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Tributo eclético ao centenário Adoniran

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

Como fez com Ataulfo Alves, o produtor Thiago Marques Luiz realizou um eclético tributo ao também centenário Adoniran Barbosa. Adoniran 100 Anos (Lua Music) reúne gente boa do samba (Leci Brandão, Eduardo Gudin, Cristina Buarque, Jair Rodrigues, Fabiana Cozza, Thobias da Vai-Vai), do pop-rock (Zélia Duncan, Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra), da vanguarda paulistana (Vânia Bastos, Cida Moreira, Tetê Espíndola, Virginia Rosa, Passoca, Laert Sarrumor), veteranos da MPB (Célia, Cauby Peixoto, Wanderléa, Maria Alcina, Demônios da Garoa, Dominguinhos) e revelações dos anos 2000 (Márcia Castro, Verônica Ferriani, Mateus Sartori).Alcina (no ótimo medley com Um Samba no Bixiga e Plac ti Plac em versão samba-rock), Mart"nália em As Mariposas e Wanderléa, com Thomas Roth, em Samba do Arnesto, com sotaque carregado, dão especial toque de humor ao já bem humorado estilo de Adoniran. No extremo oposto, Jair imprime dramaticidade adequada, em forma de lamento seresteiro, a Saudosa Maloca, bem como Márcia Castro em Mãe Eu Juro, a exemplo de Célia em 1977. Cauby encontra Dominguinhos em mais uma dolente interpretação de Bom Dia Tristeza. O duo eletro-roqueiro de Arnaldo com Scandurra em Trem das Onze é antológico, o mais inusitado do CD. São 34 canções em 24 faixas, algumas bem curtas, o que deixa uma vontade de ouvir mais, caso de No Morro da Casa Verde, com Leci, Quando te Achei, em forma de bolero, com Cida Moreira, e os medleys de sambas. Porém, entre clássicos e pérolas raras, o resultado, de acordo com o estilo de cada intérprete, é equilibrado.

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