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Tribunal aumenta pena de ladrões de obras de Munch

Autores do roubo de O Grito e Madonna vão enfrentar penas de até nove anos e meio, mais duras do que aquelas estabelecidas por juiz em primeira instância

Por Agencia Estado
Atualização:

O Tribunal de Apelação da Noruega (Borgarting Lagmannsrett) em Oslo condenou, nesta segunda-feira, 23, os três autores do roubo das obras do pintor Edvard Munch O Grito e Madonna, a penas de entre cinco anos e meio e nove anos e meio - mais duras do que as estabelecidas em primeira instância. Segundo a sentença divulgada em Oslo, Peter Tharaldsen, de 35 anos, motorista do veículo no qual fugiram os ladrões, foi condenado a nove anos e meio de prisão; Bjorn Hoen, de 39 anos e considerado o "cérebro" do roubo, a nove; e Stian Skjold, de 31 anos e um dos autores materiais do assalto, a cinco anos e meio. Os três também deverão pagar conjuntamente uma indenização de 1.570.000 coroas norueguesas (R$ 530 mil) à Prefeitura de Oslo, proprietária do Museu Munch, onde estavam os quadros. A sentença ressalta a necessidade de reagir com "rigor" frente a "um crime tão grave", e destaca que os quadros, que sofreram danos severos após permanecerem dois anos em poder das assaltantes, têm um valor aproximado de 750 milhões de coroas (R$ 255 milhões) e são o "auge" da carreira de Munch. No julgamento realizado em maio do ano passado no tribunal territorial de Oslo, Hoen fora condenado a sete anos; Tharaldsen, a oito anos; e Skjold fora absolvido. Polêmica O Tribunal de Apelação decidiu no fim de março declarar Hoen, Tharaldsen e Skjold culpados, faltando determinar a duração da pena. Petter Rosenvinge, de 34 anos, condenado em primeira instância a quatro anos por adquirir o veículo usado no roubo, e outras duas pessoas implicadas foram absolvidas. O outro autor material do roubo morreu há alguns meses. A Promotoria havia pedido penas superiores às estabelecidas nesta segunda pelo Tribunal de Apelação: 12 anos para Hoen, dez para Tharaldsen e sete para Skjold; assim como o pagamento de uma multa de 2,8 milhões de coroas norueguesas (R$ 940 mil). No dia 22 de agosto de 2004, dois homens entraram no museu, no centro de Oslo, em plena luz do dia, e ameaçaram os guardas e os visitantes com uma pistola. Após obrigarem todos a se deitar, levaram as obras O Grito e Madonna, cortando os dispositivos que prendiam os quadrs à parede. A polícia norueguesa recuperou as obras dois anos depois do roubo em uma operação realizada nos arredores de Oslo.

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