''Trajeto'' revisita passado

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Por Helena Katz
Atualização:

É Vera Sala quem inaugura Trajeto, o novo projeto que o Sesc Belenzinho estreia hoje e repete na próxima quinta-feira, sempre às 21h30. Como seu nome expressa, tem como objetivo permitir que se identifique o percurso que o artista vem tecendo na sua carreira para relacioná-lo com o que produz agora. Trata-se de um eco daquilo que Christine Greiner realizou em agosto, na curadoria inovadora que realizou para o Festival Panorama Sesi de Dança, e lhe valeu um Prêmio APCA 2010.Naquela ocasião, estimulou cada artista convidado a eleger qual de suas criações poderia ser entendida como um ponto central para o que faz hoje. A exibição deste dois momentos, um no passado e outro no presente, montava um arco esclarecedor sobre dois dos temas que vêm sendo mais conversados ultimamente, e dizem respeito ao que é um processo e o que é uma pesquisa. O fato de uma instituição como o Sesc inspirar-se em tal proposta, que desobedece às normas de apresentar apenas estreias, afrouxa um pouco a tirania de que apenas a novidade pode ser programada - o que deve ser louvado. Se a moda pega, os palcos poderão abandonar o problemático papel de produtores de desaparecimento. Sempre voltados a novidade e o que é recente, depositam os repertórios construídos ao longo do tempo em um porão nunca visitado, impedindo que novas gerações possam se alfabetizar com essas obras.Para o Panorama Sesi 2010, Vera Sala escolheu revisitar Estudo para Macabéa (1998/1999) e Corpos Ilhados (2000/2001) e, felizmente, vai reapresentá-las no Trajeto. Cria, assim, nova oportunidade para que sejam percebidas as sintonias entre ambas e, sobretudo, a de Corpos Ilhados com os seus interesses de agora. Cada qual dura 45 minutos.O Trajeto promove também uma oficina com cada artista. Serão cinco encontros para 20 interessados, amanhã, sábado e dias 22, 23 e 25 de fevereiro, às 18 h. Em março, será a vez do Trajeto da dupla Key & Zetta - excelente oportunidade para reencontrar esses dois artífices da dança.

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