29 de abril de 2011 | 06h00
"O governo adquire obras, mas tem um orçamento limitado. Tivemos, no ano passado, R$ 4 milhões para aquisição", afirma Matarazzo. Pelo comodato com o governo, o Estado dispõe para a fundação seu espaço público na Estação Pinacoteca e manutenção do local.
Dessa forma, o caso Nemirovsky levanta uma vez mais a questão sobre a fragilidade que é tornar público um acervo de arte com a importância do que foi formado por José e Paulina Nemirovsky - em que o grande destaque é o quadro Antropofagia (1929), de Tarsila do Amaral -, e da política de aquisições de obras por instituições públicas.
Na segunda-feira, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat) decidiu que vai abrir estudo para o tombamento das 276 obras da Coleção José e Paulina Nemirovsky, o que não significa, ainda, que o acervo vai ser tombado. "Ainda é um pouco prematuro especular sobre o tombamento total", afirma a presidente do órgão, Fernanda Bandeira de Mello. Quando o pedido de tombamento foi feito pela Pinacoteca do Estado, um dos pontos principais colocados foi a importância do segmento modernista do acervo, com obras de Tarsila, Di Cavalcanti, Lasar Segall e Ismael Nery, entre outros. Ao mesmo tempo, a coleção é eclética e compreende arte popular, contemporânea, mobiliário e arte sacra, por exemplo.
Não há prazo para o estudo de tombamento. "Só a minuta diria o que pode ou não ser feito com as obras", continua a presidente do Condephaat, referindo-se inclusive sobre venda de obras. Segundo ela, tombar a coleção tem um caráter de " status" para o acervo. / C.M.
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