Tokyo Ballet mescla clássico e moderno

Companhia japonesa volta a se apresentar no Brasil e dança desde Symphony in D, de Jiri Kylián, até A Sagração da Primavera, de Maurice Bejárt, coreografia inspirada na música de Igor Stravinski

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Por Agencia Estado
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O Tokyo Ballet está de volta ao País para apresentar sua versão, no Credicard Hall, de coreografias de figuras de destaque no cenário internacional como Symphony in D, de Jiri Kylián, Suite en Blanc, de Serge Lifar, e Tam Tam e Percussão, de Felix Blaska, programa que será executado na sexta-feira. Kabuki Suite e a Sagração da Primavera, de Maurice Bejárt, serão exibidas no domingo. A história do Tokyo Ballet, uma das mais expressivas companhias de clássico do Japão, começou em agosto de 1964, quando Tadatsugu Sasaki, seu diretor, reuniu bailarinos da escola de balé de Tóquio, a fim de montar uma companhia. O grupo a princípio, apresentava peças do repertório clássico e até mesmo artistas do Balé Bolshoi foram convidados para ensaiar os bailarinos. Com o sucesso dessas produções, a cada ano outros coreógrafos foram convidados, até mesmo o belga Maurice Béjart cedeu peças para a companhia. "Na minha concepção, o aspecto mais importante para que uma companhia cresça é a formação dos bailarinos. É preciso que eles tenham habilidade e flexibilidade para interpretar qualquer repertório, diferentes estilos, que saibam navegar entre o clássico e o moderno", afirma Sasaki. O diretor ficou indignado ao saber que não poderia apresentar-se no Teatro Municipal de São Paulo, pouco antes de sua estréia no Rio falou à reportagem: "Estou desapontado por não poder dançar no Municipal de São Paulo. Um teatro grande interfere no desempenho dos bailarinos e, conseqüentemente, no desenvolvimento das peças. As coreografias que escolhemos para mostrar no Brasil são concentradas, o que significa que o trabalho fica disperso." O diretor reposicionará os bailarinos no palco, garante que o público paulistano terá um bom espetáculo, mas não contém sua insatisfação: "Os empresários não se preocupam com a qualidade, com a arte, não olham para os artistas." No Palco - Sasaki tem a intenção de apresentar a pluralidade do repertório de sua companhia e a desenvoltura dos dançarinos. "A primeira vez que estivemos no Brasil, trouxemos um repertório montado apenas com peças de Bejárt, dessa vez ampliamos para que as pessoas possam conhecer outras faces do Tokyo Ballet", comenta o diretor. Para abrir a noite, Suite en Blanc, uma peça criada por Lifar para Diaghilev, que estreou em 1943 em Zurique com o Balé da Ópera de Paris. Suite en Blanc é uma coreografia que exige precisão absoluta dos bailarinos. A seguir, Symphony in D. "Essa é uma coreografia leve, solta, que leva a platéia ao riso, muito divertida", comenta Sasaki. A versão encenada pela companhia japonesa traz figurinos de Joke Visser. Para exibir o programa do primeiro dia, a exótica coreografia Tam Tam e Percussão, de Felix Blaska. No palco, um percussionista ocidental e um tamborileiro de vodu. Foi criada em 1970, após uma visita do criador à África para o Teatro Espace Cardin Tam Tam foi ovacionada em Paris, nós sempre recebemos muitos aplausos quando a encenamos. Escolhemos esse trabalho intencionalmente para demolir uma imagem segundo a qual a companhia só encena Bejárt, comenta o diretor. Emoções - "Esse é um espetáculo que envolve, não somente aqueles que o assistem, mas também nós que o interpretamos", observa uma das mais antigas bailarinas da companhia, Shiori Sano. "O adágio que danço em Tam Tam faz com que eu esqueça de tudo o que está a minha volta, apenas sinta a música, os movimentos. Por não ter uma história, não estamos presos a uma narrativa e as emoções ganham espaço." No entanto, como não poderia deixar de ser, domingo é o dia dedicado a Maurice Béjart, que deu exclusividade das obras que serão executadas aqui para o Tokyo Ballet. Kabuki Suite é baseada na cultura japonesa, mais especificamente em uma lenda que fala da existência humana a partir da história dos Ronins, os órfãos do tempo. Essa é uma versão compacta, que conta com um prólogo e é dividida em seis cenas. Por fim, A Sagração da Primavera, inspirada na música de Igor Stravinski. De acordo com seu criador, é uma peça que celebra a primavera e o amor pleno entre homens e mulheres. Serviço - Tokyo Ballet. Sexta e sábado, 22 horas, domingo, às 17 horas. De R$ 20,00 a R$ 120,00. Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17.955, tel. 3177-3663. Até domingo

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