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Tóibín faz palestra sobre Henry James

Uma das estrelas da semana de encerramento da 12.ª Bienal do Livro no Rio, o irlandês Colm Tóibín faz palestra em São Paulo

Por Agencia Estado
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Uma das estrelas da semana de encerramento da 12.ª Bienal do Livro no Rio, o irlandês Colm Tóibín, autor de O Mestre (Companhia das Letras), faz hoje, às 20h, uma palestra (com lotação esgotada) na paulistana Casa do Saber, sobre o protagonista de seu livro, Henry James (1843-1916), também tema de sua conferência na Bienal carioca (sábado, às 13h). Falando ao Estado sobre o livro, indicado para o Booker Prize de 2004, Tóibín garantiu que jamais pretendeu escrever uma biografia sobre o autor de A Outra Volta do Parafuso. A idéia de criar paráfrases sem explicações ou notas de pé de página foi, para Tóibín, mais excitante que realizar uma pesquisa acadêmica que, no final, iria camuflar a vida íntima e a psicologia de James, explorada no quinto romance do irlandês, O Mestre. Tóibín esclarece que tampouco produziu uma paródia pós-moderna sobre James, acompanhado em quatro anos de sua vida (entre 1895 e 1899). Ele retrata o autor americano como um homem tão ambíguo como sua linguagem, repleta de insolúveis questões morais. Em síntese: revela James como um gay frustrado e assustado com o país do qual virou cidadão pouco antes de morrer, a Inglaterra vitoriana que condenou Oscar Wilde por sua condição homossexual. "Comecei o livro justamente com o fracasso público de sua peça Guy Domville, para chegar à vida privada de seu período mais criativo, o da virada do século." Tóibín diz que não é militante, como Edmund White e outros escritores gays. Optou por revelar a homossexualidade do autor para mostrar como Henry James reprimiu sua vida íntima e rejeitou compromissos amorosos, sacrificados em favor da literatura. O modelo que adotou para reinventar a trajetória do autor de Retrato de Uma Senhora foi o livro Libra, do americano Don DeLillo, inquietante estudo psicológico e literário sobre a personalidade de Lee Harvey Oswald, o assassino do presidente Kennedy. "Don DeLillo é um dos meus contemporâneos favoritos ao lado de Michael Ondaatje", confirma Tóibín.

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