Tiffany abre em SP primeira filial na América Latina

A joalheria, aberta em 1836, em Nova York, chega ao Shopping Iguatemi para vender desde presente de bebê até colar de R$ 780 mil da grife Paloma Picasso

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Por Agencia Estado
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Deu no New York Times: a Tiffany é o "palácio das pessoas", do povo. Mas que ninguém se engane: não é um povo qualquer. A joalheria mais famosa do mundo, que nasceu em 1837 como um empório de luxo e papelaria no número 259 da Broadway, em Nova York, é freqüentada pela fina flor mundial. São artistas de Hollywood, membros da realeza, astros da música, da moda e dos esportes. "Mas também atendemos filhos que querem presentear as mães, noivos, mulheres em busca de uma jóia especial para um momento único", garante James E. Quinn, vice-presidente da empresa, que abre hoje, no Shopping Iguatemi, sua primeira loja na América do Sul. Tradição - Essa gente "comum", no entanto, precisa ter muito dinheiro em caixa para adquirir um dos maiores símbolos de status, glamour e riqueza do mundo. São 164 anos de tradição transformados em colares, brincos, pulseiras e anéis, sempre marcados pela inovação. A Tiffany foi a primeira loja a colocar em seus produtos um selo com preço não negociável. A joalheria introduziu, em 1886, a cravação Tiffany, que colocou o diamante fora do aro por meio de seis garras, dando origem a um dos mais populares anéis de noivado do mundo. Em 1940, a joalheria mudou-se para a sede na Quinta Avenida com a Rua 57, no primeiro edifício com ar-condicionado de Nova York. O estilo único da joalheria acabou imortalizado no filme Breakfast at Tiffany´s (Bonequinha de Luxo, 1961), baseado na novela de Truman Capote e estrelado por Audrey Hepburn. Toda essa magia tem seu preço. A peça mais barata à venda na Tiffany é um colarzinho de prata, que vale R$ 116, sem o pingente. Abotoaduras masculinas também estão entre as compras de ocasião: saem por R$ 150. Já os brincos da coleção Lucida (um corte e cravação diamente patenteados pela joalheria) oscilam de R$ 18 mil a R$ 60 mil. Há colares de diamante por R$ 100 mil, mas nada se compara ao exemplar mais caro da casa: um colar com uma tanzanita de 129 quilates (pedra preciosa exótica descoberta pela Tiffany em 1967, na África), suspensa por quatro voltas de pérolas. A peça vale R$ 780 mil e vem com a assinatura de Paloma Picasso, que está completando 20 anos como designer da joalheria. A criação faz parte da coleção especial feita pela filha do mestre do cubismo para comemorar o aniversário de sua parceria com a Tiffany. Brilho próprio - Ela é, ao lado de Jean Schlumberger (1907-1987) e Elsa Peretti, um dos poucos nomes a ter brilho próprio dentro da loja. "Exceto esses três, as nossa peças são feitas por uma equipe de designers em Nova York e vendidas com a grife Tiffany", confirma Quinn. "Já percebi que há uma sintonia entre as brasileiras e o meu design", declarou Paloma na abertura oficial da loja, ontem, com um breakfast at Tiffany´s. O potencial de consumo é confirmado por Quinn. "Fizemos pesquisas de mercado durante seis anos e escolhemos São Paulo, que é a principal cidade da América do Sul." E por que o Iguatemi? "Visitei a região dos Jardins, da Haddock Lobo, Oscar Freire, mas neste ponto agregamos a rua e o shopping", esclarece o vice-chairman. A Tiffany ocupa a loja da direita na entrada principal do shopping, com vitrines para a calçada da Avenida Faria Lima e acesso pelo saguão principal. Para garantir a segurança, a loja terá guardas e câmeras de vigilância próprios, além dos oferecidos pelo shopping. Para atender a clientela estrelada, a Tiffany conta com 12 profissionais. A gerente, Laura Pedroso, que já trabalhou em galerias de arte nos Estados Unidos e na H.Stern, foi treinada na matriz em Nova York e indica os diamantes como ponto forte da loja. Ela é farmacêutica de formação, mas garante que aprendeu, nas galerias, o valor das coisas e o contato com o varejo do belo. "Ninguém vende jóia só porque é bonita. É preciso conhecimento técnico de cada peças. Quem compra Tiffany, sabe o que quer", diz Laura. Para atender a freguesia daqui, a Tiffany rendeu-se às mesas de atendimento personalizado. "Descobrimos que é assim que os brasileiros gostam de comprar jóia", diz Quinn. Agora, a idéia será exportada. A sede da Quinta Avenida está passando por reformas e em alguns andares haverá áreas de atendimento pessoal. Os balcões com as peças expostas - típicos da loja - também fazem parte da decoração daqui, que teve assinatura do arquiteto Kiko Salomão. Não há, no entanto, ostentação. A fachada da Tiffany traz alguns elementos do prédio de Nova York, mas o interior não intimida. Qualquer pessoa pode entrar e conferir as jóias finas e clássicas, os anéis de noivado, os relógios, as porcelanas, os acessórios e até presentes para bebês. Olhar não tira pedaço - e não custa nada.

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