
20 de julho de 2010 | 18h13
Cristina Padiglione - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A música da abertura está lá, a mesma, agora com Rita Lee, mais bossa e menos adrenalina juvenil. O enredo central é de 1985, de Cassiano Gabus Mendes. As tesouras e agulhas da abertura lá estão, 25 anos depois. Outros acordes remetem aos idos em que Jacques Leclair era Reginaldo Faria e Victor Valentim, Luiz Gustavo. Ainda assim, a novela que Maria Adelaide Amaral trouxe à tona na faixa das 19h da Globo dá pinta mais original que muito folhetim dito inédito.
Não vale dizer que novela é tudo igual. A dramaturgia de Cassiano merece montagens e remontagens à vontade. Ao preservar parte do figurino dos anos 80, digo, a abertura, a trilha e o fio condutor, a nova Ti-ti-ti afaga os saudosistas e estende a mão aos menores de 30. Se uma peça de teatro, com texto repetido pelos mesmos atores por meses, produz um espetáculo diferente a cada dia, que reforma não opera uma mudança inteira no elenco, 25 anos depois? Bingo, é outra novela.
Ponto essencial reprisar o sucesso, a escalação dos protagonistas vem a calhar. Alexandre Borges e Murilo Benício são os caras certos na hora certa nos papéis certos. Uma espiada em volta e tropeçamos em vários exemplares "made in Malhação", apostas da Globo em "novos talentos". Quem sabe não foi isso que faltou no passado, a ponto de Mauro Mendonça, recém-enterrado na novela das 9, ressurgir de novo como ricaço? Foi a coisa mais déjà-vu da nova Ti-ti-ti. Avanço é que nunca antes na história da novela das 7 um casal gay trocou tanto afeto como os personagens de Gustavo Leão e André Arteche. Mas um deles morre num acidente. Com sorte, logo estará em outra produção da casa.
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