Thiago Lacerda abraça Garibaldi

Ator torce para que o público também se apaixone pelo herói impetuoso e idealista de A Casa das Sete Mulheres. "Pouquíssimas vezes eu me permito gerar expectativa, mas, neste caso, ela existe e é bem bacana", diz

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

"O Garibaldi é tudo o que eu quero ser quando crescer", diz, empolgado, Thiago Lacerda, sobre o idealista e impetuoso Giuseppe Garibaldi que interpreta na minissérie A Casa das Sete Mulheres. Capricorniano nascido no Rio (completa 25 anos no próximo domingo), desde sua estréia em Malhação, ele já foi galã, imigrante italiano, príncipe e bandido. "Não seleciono meus trabalhos pensando se farei um galã ou um vilão. Vejo o que as personagens me oferecem." Leia a seguir a entrevista que o ator concedeu ao JT. Como lidou com a expectativa da estréia da minissérie? Thiago Lacerda - Até que fiquei tranqüilo, mas estréia é estréia, em qualquer lugar e a qualquer momento. Tenho um carinho muito grande por esse trabalho. Pouquíssimas vezes eu me permito gerar expectativa, mas, neste caso, ela existe e é bem bacana. Espero, realmente, que as pessoas gostem. Há alguma cena em especial que você gostaria de ver na tela? Há duas passagens muito importantes do Garibaldi aqui no Brasil, que ficaram conhecidas historicamente. Uma delas é a travessia dos lanchões, em que ele sai, por terra, com dois barcos enormes que construiu em busca de um porto para a revolução, pois os imperiais dominavam as passagens por água para o mar. Eles fundam então, com a invasão de Laguna, a República Juliana, onde ele conhece Anita (personagem vivida por Giovanna Antonelli). Esse cara é um louco, um insano completo. Ele propõe ao general Bento Gonçalves (Werner Schünemann) essa travessia por terra e o general, que é mais louco ainda, aceita. Parece que essa estratégia militar foi usada apenas duas vezes na história da humanidade. Uma foi na Pérsia, com barcos menores, e outra em Roma, há dois mil anos, quando Marco Antônio pensou nisso. Depois, só o Garibaldi, com dois barcos de 18 toneladas. Acho que essa foi a maior cena de todas. E a outra cena? A outra é uma passagem em que ele defende o galpão onde se constróem os barcos de uma invasão por 150 homens. E fazem isso praticamente sozinhos durante quinze, vinte minutos, até as tropas deles chegarem. E expulsam esse general que ia invadir o galpão. É alguém que tem uma força sobre-humana. Dou muito valor a isso. Na sua opinião, eles foram loucos ou revolucionários? Eles foram grandes. Cada uma dessas personagens é grande. Apenas grandes homens e grandes mulheres fazem o que essas pessoas fizeram. Eles não eram revolucionários, eram idealistas. Eles tinham a loucura necessária para comprar essa briga. O que nele lhe encanta mais? Tudo. O Garibaldi é tudo o que eu quero ser quando crescer (risos). O que ele representou e o que fez, a forma como amou Anita, como viveu a vida dele... É claro que ele não era perfeito, pois não existe gente perfeita. Ele era um ser humano normal, mas que tinha algo muito forte dentro dele. Como Che Guevara e Byron, com aquelas coisas românticas que a gente lê e diz "nossa!". A grandeza, a força, a impetuosidade, o ideal e a loucura para lutar pelo que se acredita me inspiram. Na minissérie, você contracena com a Camila Morgado (Manuela), que está estreando na tevê. Com dez anos de carreira, você dá alguma dica a ela durante as gravações? O grande barato é estar com o coração aberto para aprender o máximo que puder. Sinto que a Camila tem as curiosidades e as inseguranças dela, assim como eu tive no início. As minhas inseguranças agora são outras, que ela também vai ter. Sempre que posso, dou uma dica, a faço sentir-se segura, ou simplesmente mostro a ela sem dizer nada. Ela é uma atriz muito inteligente e talentosa. Poucas vezes eu tive a oportunidade de contracenar com alguém assim. É uma atriz maravilhosa, me ensina muito.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.