PUBLICIDADE

Temer: 'O clamor popular pedia a redução dos ministérios'

Presidente em exercício fala sobre sua decisão de juntar Cultura e Educação em uma só pasta

Foto do author Julio Maria
Por Carla Araujo e Julio Maria
Atualização:

O presidente em exercício, Michel Temer, se pronunciou ontem sobre as fortes reações relacionadas à incorporação do MinC pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura). A Secretaria de Imprensa da Presidência da República enviou na tarde desta quarta-feira (18) um áudio que traz apenas a voz de Temer. Ele começa dizendo que tomou a decisão de subtrair o MinC depois de ouvir o "clamor popular" que pedia a redução de ministérios. "Vocês sabem que, durante muito tempo, o clamor popular pedia a redução dos ministérios. E foi o que fizemos. Nós reduzimos os ministérios sem eliminá-los. O que fizemos foi uma racionalização de trabalhos e de atividades, juntando duas pastas que, até no passado, convenhamos, já eram conectadas".

Temer entre o ministro do MEC, Mendonça Filho, e o novo secretário de Cultura, Marcelo Calero Foto: AFP

PUBLICIDADE

Segundo Temer, a redução vai proporcionar uma "potencialização da cultura brasileira". Ele prometeu aumentar os gastos com Cultura em 2017. "Não fizemos isso para reduzir a atividade cultural no Brasil. Ao contrário. Haverá uma potencialização da cultura brasileira por várias razões. A primeira delas é que há um débito na Cultura em torno de R$ 230, R$ 220 milhões. Eu acabei de falar com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) para pagarmos esses débitos. E o outro é que, no ano que vem, vamos aumentar o valor destinado à Cultura, tamanha a importância desse setor." 

Ser ou não ministério não é o mais importante, na fala do presidente em exercício. "Não é o fato de ser ministério ou não ser ministério o que reduz a atividade da cultura no País. A exigência da diminuição foi fruto de uma pressão muito grande da sociedade, mas volto a dizer que a Cultura será prestigiada."

Sobre Lei Rouanet, Temer fez uma colocação que demonstra certo desconhecimento. No momento em que o Senado analisa a votação de sua substituição pelo Procultura, que trará modificações entendidas por partidos de situação e oposição como necessárias, ele diz: "A Lei Rouanet continua com os mesmos atributos, nós vamos até incentivar a sua aplicação." Nada foi dito sobre outras ações, como os Pontos de Cultura (projeto reconhecido internacionalmente, implementado em bolsões de miséria no País).

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.