Telecine exibe festival Jerry Lewis

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Por Agencia Estado
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Muitos dos fãs de Eddie Murphy talvez não saibam que O Professor Aloprado, um de seus filmes de maior sucesso, não é fruto de algum roteirista genial, mas o resultado da refilmagem de uma comédia clássica. E genial mesmo era Jerry Lewis, que dirigiu e interpretou o verdadeiro O Professor Aloprado em 1963, apontado pelos críticos como seu melhor filme. Para os fãs, a escolha do melhor não é tão fácil e uma boa alternativa para se fazer um julgamento é o ciclo que o canal Telecine Happy (Globosat) começa a exibir a partir de hoje, sempre às 21h45. São 14 filmes em que ele exibe todas as variações possíveis de uma careta, cada uma mais engraçada que a outra. Fã confesso de Charlie Chaplin, Lewis foi apontado como um de seus mais distintos sucessores. O ciclo começa com A Farra dos Malandros, de 1954, que já oferece uma cena clássica, no estádio dos Yankees (contar seria estragar um prazer). Lewis já fazia parceria com Dean Martin, o cantor que o acompanhou durante dez anos (de 1946 a 56). Ele, bonitão e voz aveludada, compunha uma parceria perfeita com Lewis que, com seus trejeitos, era o Idiota (ele próprio chamava assim o personagem). A combinação era explosiva e só terminou quando Martin cansou de ser escada nas piadas para Lewis. Enquanto estiveram juntos, porém, conquistaram uma enorme popularidade, sendo tratados com veneração pelos fãs. O toque definitivo de suas comédias foi dado pelas mãos do diretor Frank Tashlin, que se juntou à dupla em 1955. Oriundo dos desenhos animados, especialista em Pernalonga e mestre da gag visual, Tashlin era uma presença crítica no set de filmagem e controlava qualquer excesso danoso da dupla. Artistas e Modelos (dia 7) foi o primeiro que rodaram juntos e já trazia o humor de quadrinhos. Em seguida, veio Ou Vai ou Racha (dia 9), que marcou o fim da parceria entre Martin e Lewis - o cantor não aceitou mais perder espaço para Lewis e seu tremendo ego. A separação provocou uma comoção popular, além de alimentar o interesse sobre como sobreviveria a carreira de cada um. Apesar de não desejar a saída do parceiro, Jerry Lewis tornou-se o responsável completo por seus projetos, escrevendo, produzindo, dirigindo e interpretando seus filmes. O início foi promissor e alguns de seus primeiros filmes (O Terror das Mulheres, programado para o dia 12; e O Professor Aloprado, dia 15) chamaram a atenção da crítica, especialmente a francesa que o transformou em divindade, passando a discutir seus filmes com profundidade. Se por um lado o excesso de tapinha nas costas contribuiu para o reconhecimento de seu talento, também o encheu de confiança, o que deixou alguns de seus filmes tendendo ao sentimentalismo. Até que, em 1970, com Qual É o Caminho do Front?, o público o abandonou. Suas aparições rarearam e ele só voltou a ser notícia ao estrelar O Rei da Comédia (83), de Martin Scorsese, em um estupendo papel sério, e o sucesso na Broadway com o musical Malditos Ianques, em 95. Sua reputação foi arranhada com o lançamento de biografias que o apontam como um ególatra insuportável, mas hoje, aos 76 anos, Jerry Lewis continua como representante de uma espécie de humor em que é imbatível. Festival Jerry Lewis - O Mestre do Riso. De hoje até o dia 18, às 21h45, no Telecine Happy (operadoras/canais: NET, 64; SKY, 64).

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