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Telecine Cult exibe Dançando no Escuro, de Lars Von Trier

A protagonista Bjõrk ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes 2000, que também deu ao filme a Palma de Ouro

Por Agencia Estado
Atualização:

"Lars Von Trier é um manipulador", diziam muitos à época em que "Dançando no Escuro" estreou. O filme será exibido nesta segunda-feira no Telecine Cult, à meia-noite. Não seria a capacidade de manipular, ou seja, conduzir a platéia pelas linhas de sua tese um dom a ser valorizado em um diretor? De fato, o dinamarquês Trier, um dos papas do Dogma, abusa dos clichês dramáticos para fazer espectadores se esvaírem em lágrimas diante da epopéia de Selma, uma operária cega, imigrante na América, que é sistematicamente enganada e humilhada por uma sociedade rude e desonesta. Trier continuou manipulando e evoluindo com seus seguintes "Dogville" e "Manderlay". Livrou-se das mordaças do próprio dogma que ajudou a criar, que pregava, entre outras, que filmes não podem se enquadrar em gêneros. "Dançando no Escuro" é um musical extremamente sádico e, contraditoriamente, lírico. O sadismo fica por conta de tantos maus-tratos sofridos por Selma. O lirismo se deve à maravilhosa voz de Bjõrk. A cantora islandesa ficou tão traumatizada com a experiência que disse não querer atuar nunca mais. Mesmo diante do prêmio de melhor atriz que levou em Cannes 2000, que também deu ao filme a Palma de Ouro. Para ver com olhos e ouvidos bem abertos.

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