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Tela de Djanira chega a R$ 170 mil em leilão no Rio

Com esse valor, a obra Empinando Pipa bateu o recorde no leilão que a marchande Soraia Cals realizou esta semana

Por Agencia Estado
Atualização:

Um óleo sobre tela de Djanira, Empinando Pipa, foi o recorde do leilão que a marchande Soraia Cals realizou esta semana. O quadro que pertenceu ao colecionador baiano Odorico Tavares foi vendido por R$ 170 mil, preço que a pintora não alcançava desde os anos 70. "Mas a melhor surpresa desse leilão foi ver caras novas, desconhecidas, iniciando sua coleção. Gente ligada à arte, mas também do mercado de capitais que começa a investir nesse tipo de ativo", disse Soraia. "O mercado se aquece com isso e as obras de preços baixos e médios foram as mais disputadas." Soraia explicou que, até os anos 70, Djanira era uma das artistas mais bem cotadas do País, mas após sua morte e por causa de falsificações que apareceram no mercado, seu valor de mercado diminuiu. "Agora, ela está chegando perto de Di Cavancanti e quem tem um quadro dela sente essa valorização", avisou. Ela contou também que os quadros de pintores primitivos, especialmente os 3 de Maria Auxiliadora e os 11 de Heitor dos Prazeres, obtiveram ótimo preço. "Um marchand belga arrematou a maioria, pois está abrindo uma galeria lá só de arte naïf brasileira, motivado pelo interesse que esses artistas vêm despertando na Europa nos últimos anos", explicou ela. "Artistas cujo preço caiu na década passada, como a própria Djanira e Ivan Marquetti, tiveram uma enorme valorização. O Marquetti, que estava cotado a R$ 1,7 mil, saiu por R$ 10 mil e foi disputadíssimo." Só o Auto-Retrato Místico de Ismael Nery não alcançou o preço mínimo de R$ 830 mil, o que foi uma supresa para Soraia, já que em seu leilão anterior outra obra semelhante foi vendida por R$ 1,4 milhão, preço recorde alcançado por um artista em pregão no Brasil. "Mas as aquarelas e o outro auto-retrato foram muito bem vendidos. Isso é mais um sinal do aquecimento do mercado." A comprovação definitiva vem em outubro, quando ela promove seu terceiro leilão deste ano. "É bom ver gente nova comprando arte, gente que nem os marchands conhecem e entra nesse mercado com vontade."

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