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Teatro Municipal do Rio anuncia cortes no orçamento

Decisão afeta também a programação de ópera do Municipal de São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

O Teatro Municipal do Rio anunciou ontem um corte de R$ 5 milhões em seu orçamento de 2002, estimado no início do ano em R$ 18 milhões. A medida foi tomada pelo novo presidente da Fundação Teatro Municipal e secretário estadual da Cultura, o ator Antônio Grassi. Os R$ 5 milhões cortados no Rio equivaleriam ao preço dos cachês a serem pagos aos artistas estrangeiros que se apresentariam no Municipal carioca até o fim do ano, como a soprano americana Jennifer Larmore e o barítono italiano Enzo Dara. Os dois participariam da ópera La Cenerentola, de Donizetti, em agosto. Após reuniões nesta semana entre os diretores artísticos do teatro, a informação é de que nova programação será anunciada no início da semana que vem. Além do cancelamento dos contratos dos artistas estrangeiros, já foi confirmado o adiamento por tempo indeterminado da ópera La Gioconda, que seria produzida em conjunto com o Municipal de São Paulo. Procurada pelo Estado, a diretora do teatro paulistano Lúcia Camargo afirmou que espera confirmação do Rio a respeito da questão. "Conversei com o Grassi, que me prometeu uma posição até o fim da semana. " Possíveis substituições na programação serão decididas com a volta, hoje, a São Paulo do diretor musical do teatro, o maestro Ira Levin, que estava cumprindo compromissos profissionais no Rio. A decisão de Grassi contraria declarações dadas por ele ao Estado em abril, quando assumia seu cargo na cena cultural carioca. Segundo ele, não haveria cortes no orçamento, apesar da possibilidade de remanejamento de verbas, a fim de "fazer adequações à política cultural pretendida pela governadora Benedita da Silva". Outra medida de ontem foi a procuradoria do Estado do Rio considerar regular o concurso realizado no ano passado para contratar músicos para a Sinfônica do Municipal do Rio. O próximo passo será a homologação das vagas, para a qual ainda não há data prevista. Também ontem, em São Paulo, a Orquestra Sinfônica do Estado (Osesp) anunciou, por falta de verbas, o cancelamento das apresentações da ópera O Ouro do Reno, de Richard Wagner, programadas para agosto.

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