PUBLICIDADE

Teatro Municipal de Santiago suspende temporada de ópera

Após uma série de conflitos trabalhistas e demissões de músicos, a temporada de óperas e concertos de 2006 foi suspensa

Por Agencia Estado
Atualização:

O Teatro Municipal de Santiago, em um evento inédito em sua história, tomou a decisão de suspender, na última segunda-feira, a temporada de ópera e concertos de 2006, depois de uma série de conflitos trabalhistas e demissões de músicos que obrigaram o cancelamento de quatro apresentações de Otelo na semana passada. A corporação que administra o teatro, encabeçada pelo prefeito de Santiago, Raúl Alcaíno, responsabilizou os músicos pelo fechamento e pela renúncia do diretor titular da orquestra, "que não quiseram se submeter a mudanças necessárias" para manter o funcionamento da entidade. A crise do maior coliseu lírico do Chile se intensificou na quarta-feira passada, dia 24, com a demissão de 23 músicos que não haviam recebido salário deste outubro do ano passado. Os músicos são temporários, contratados para trabalhos específicos, com datas de início e término claramente estabelecidas, ainda que na prática às vezes elas se estendam de forma indefinida, coisa que é ilegal. Segundo Alcaíno, é preciso pesar que foram feitos esforços para modernizar a gestão do Teatro Municipal por parte "dos onerosos privilegiados que se outorgam aos trabalhadores e que lutam para estabilizar a crise". O prefeito indicou que perante a situação de emergência não vai seguir contando com os 23 músicos que até agora tocaram na orquestra e que são os responsáveis pela crise. Aos fãs da temporada operística, Alcaíno afirmou que vai oferecer alternativas de espetáculos, ainda que não tenha especificado se vai devolver as entradas que já foram adquiridas. Em contrapartida, o presidente da Federação de Artistas d e Teatro, Cristián Navarrete, qualificou a medida de "autoritária, leviana e uma decisão ditatorial e inaceitável". Sustentou que as decisões sobre o pressuposto público do Teatro Municipal não podem ser tomadas entre quatro paredes e acrescentou: "Nunca perguntaram nada a nós, trabalhadores, nem consultaram a ministra da Cultura, Paulina Urrutia". Os problemas econômicos que atravessa o Teatro Municipal de Santiago se arrastam há vários anos, e em várias oportunidades músicos, como forma de protesto, tocaram na rua em frente ao edifício.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.