Teatro Macunaíma abre mostra hoje

Ao longo de 25 dias, a 56ª Mostra do Teatro Escola Macunaíma vai apresentar 49 peças, envolvendo mais de 800 atores

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Por Agencia Estado
Atualização:

Começa hoje uma das maiores vitrines de atores do teatro brasileiro. Durante 25 dias 49 peças serão apresentadas nas seis salas do Teatro Macunaíma por mais de 800 alunos da escola do mesmo nome. A 56ª Mostra do Teatro Escola Macunaíma, além de servir como aproximação entre público e novos atores, apresenta um rico repertório das dramaturgias nacional e estrangeira com textos encenados na íntegra. A cada edição do evento, que acontece semestralmente, um tema orienta a seleção do repertório. Desta vez a pauta é "O Teatro Contra a Violência". Para os alunos-atores a mostra serve como o primeiro desafio de encarar uma platéia. Para o público, é uma oportunidade de conhecer textos indispensáveis da dramaturgia como Antônio e Cleópatra, de Shakespeare, A Paixão de Volódia e Outras Paixões, de Anton Tchekhov, e Histórias de Casamento, de Moliére. "É um momento importante para avaliar a formação do ator na escola, e o resultado é o enfrentamento com o público", diz Nissim Castiel, diretor-geral da mostra e diretor de uma das peças programadas, Papéis do Inferno. A Escola Teatro Macunaíma forma 70 atores por semestre em um curso que dura dois anos e meio. Os atores que subirão ao palco durante a mostra têm pelo menos um ano e meio de curso. Nissim, veterano professor e diretor do Macunaíma, destaca a importância: "Hoje toda peça em cartaz na cidade tem pelo menos um ator que passou por aqui." A peça de abertura é O Evangelho Segundo Zebedeu, de Cesar Vieira e dirigido por Wanderley Martins. O texto estreou nos palcos em 1971, no Teatro 11 de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, e mostra a saga de Antonio Conselheiro, contada e encenada por uma trupe de circo-teatro. "A peça tem uma maneira muito interessante de abordar um assunto como a violência", diz Martins. O tema da violência será tratada em diversos níveis, como o terror dos banhos de sangue das revoluções em Marat-Sade, cujo pano de fundo é a Revolução Francesa, do final do século 18. Antonin Artaud, o criador do Teatro da Crueldade, aparece com Os Cenci com o fogo na violência sexual e doméstica. Embora o critério utilizado na seleção do repertório não se oriente por uma espécie de reserva de mercado para peças brasileiras, vários textos de importantes autores nacionais serão encenados pelos alunos do Macunaíma, Entre esses autores, contam-se Maria Clara Machado, Jorge Andrade, Nelson Rodrigues, Consuelo de Castro e Artur Azevedo. 56ª Mostra do Teatro Escola Macunaíma, de hoje a 24 de julho, no Teatro Macunaíma, nas salas 1,2 e 3, na rua Adolfo Gordo, 236, Campos Elíseos; e salas 4, 5, e 6, na rua Fortaleza, 68, Bela Vista. Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia para estudantes ou maiores de 60 anos). A programação completa está no site www.macunaima.com.br.

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