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Teatro Imprensa vira centro cultural com estréia de "A Hora da Estrela"

O romance de Clarice Lispector foi adaptado para o teatro por Naum Alves de Souza e escolhido a partir de um projeto envolvendo mais de 3 mil escolas

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma obra de Clarice Lispector, A Hora da Estrela, será o ponto de partida para a transformação do Teatro Imprensa em centro cultural. "Já estamos cuidando da documentação legal e, em pouco tempo, o teatro será uma empresa sem fins lucrativos do Grupo Silvio Santos", afirmou Cíntia Abravanel, a mais velha das seis filhas do empresário e comunicador, além de produtora e superintendente do Imprensa. "Teremos um espaço não apenas para teatro, mas também para exposições e shows musicais." O romance de Clarice foi adaptado para o teatro por Naum Alves de Souza e estréia na quinta-feira da próxima semana, em sessão especial para professores - às 18h30 de sábado, inicia temporada aberta a público. A escolha de A Hora da Estrela veio a partir de um projeto envolvendo mais de 3 mil escolas cadastradas - o convívio com professores e alunos permitiu a elaboração de um programa, iniciado em abril, que apontasse as obras consideradas necessárias na formação escolar. "Os professores escolheram os livros cujo entendimento é considerado mais difícil pelos alunos", conta Cíntia, que não conseguiu, porém, transformar em peça justamente a obra mais votada: Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa. "Infelizmente, os herdeiros do escritor pediram US$ 20 mil pelos direitos de cada conto." Menos problema apresentou o filho de Clarice Lispector, que liberou a adaptação do romance. A encenação de A Hora da Estrela, que deverá ficar dois anos em cartaz e pretende atrair um público escolar de 400 mil pessoas, inicia o projeto Literatura no Teatro, que é ainda a primeira realização do centro cultural. "Como o ano letivo já havia começado, decidimos estrear a peça mesmo sem ter legalizada a formação do centro cultural", conta Cíntia, que, apesar de herdeira natural de Sílvio Santos na presidência de seu grupo de comunicação, teve de inscrever o projeto nas leis de incentivo à cultura para conseguir patrocínio de R$ 1,5 milhão. "Só consegui a liberação de uma verba para estrear agora A Hora da Estrela, comenta. "Ainda tenho de convencer os diretores do grupo do meu pai da importância em investir em cultura sem esperar um lucro financeiro." O próximo projeto será a adaptação para teatro de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado.

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