Taubkin lança álbum 'Trio +1' no Auditório Ibirapuera

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Por AE
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É inegável que a música instrumental brasileira conquista um terreno cada vez mais amplo no País e no exterior. Ao mesmo tempo, o que se vê chegar ao mercado são discos de artistas - que tenham bebido na fonte de Herbie Hancock, Cole Porter e Dizzy Gillespie, ou na de Pixinguinha, Jacob do Bandolim e K-Ximbinho - que têm como finalidade exibir um virtuosismo gratuito, com composições e interpretações excessivas nas notas e carentes em sentimento. Felizmente, não é o que se pode dizer sobre o novo trabalho do pianista Benjamin Taubkin, que será lançado em São Paulo, no próximo fim de semana, no Auditório Ibirapuera.Ao lado de Zeca Assumpção, no baixo acústico, de Sérgio Reze, na bateria e gongos melódicos, e Joatan Nascimento, no trompete, Taubkin lança o disco Trio +1. O álbum é daqueles exemplos de música que, mesmo feita com extrema profundidade e competência, tem como norte dialogar com o público. "Nos anos 70 eu ouvia muitos tipos de som, muita música progressiva. E me lembro de alguns discos também, como o Matita Perê, do Tom Jobim, e os álbuns do Egberto Gismonti... Todos eram grandes viagens. O desejo desse disco era levar as pessoas a uma viagem que foi profunda pra gente e que pudesse ter significado para o público", diz Benjamin.A proposta de conduzir o ouvinte a viajar se concretiza com as seis faixas que, graças à sensível interpretação do quarteto, chegam às pessoas de forma completamente imagética e emotiva. Soam as notas e imaginam-se cenas, cores e sensações. Seja nas três composições assinadas por Benjamin Taubkin ("O Deserto É Aqui", "O Sabiá Voou" e "O Circo Chegou"...), em "Baianinho", de Joatan Nascimento, ou nas duas belas regravações presentes no disco, "Pérolas", de Jacob do Bandolim, e "Consolação", de Vinicius de Moraes e Baden Powell.O grupo gravou Trio +1 em apenas três dias, ao vivo. Cada música teve três versões para que no final uma fosse escolhida. Parte da qualidade do resultado, deve-se, obviamente, aos músicos. A outra parcela cabe ao técnico Alberto Ranellucci, responsável por gravação, mixagem e masterização. "Se tivéssemos gravado separadamente, canal por canal, teríamos muitas perdas. Foi tudo espontâneo, com os arranjos feitos coletivamente. É um som que nasce muito da interação, com o desejo de encontrar equilíbrio entre disciplina e liberdade", comenta Taubkin. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Trio +1 - Auditório Ibirapuera (800 lug.). Av. Pedro Álvares Cabral, s/n.º. Tel. (011) 3629-1014. 6.ª e sáb., 21 h; dom., 19 h. R$ 30.

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