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Tatiana Leskova recomenta leitura aos novos bailarinos

Talk show com a diva Tatiana Leskova, de 83 anos, conhecida por seu rigor e extrema franqueza, aconselhou os jovens bailarinos a lerem

Por Agencia Estado
Atualização:

Durante a programação desta tarde da 24.ª edição do Festival de Dança de Joinville, que termina no dia 29, o público pode conferir um talk show com a presença da grande dama dos palcos, a bailarina e professora Tatiana Leskova, o sapateador Steve Zee e o coreógrafo David Parsons. As entrevistas foram concedidas a um canal de tevê local, a TV Cidade, e realizadas no teatro Juarez Machado. A diva Tatiana Leskova, conhecida por seu rigor e extrema franqueza, abriu as entrevistas muito bem-humorada. Aos 83 anos, esbanjou alegria e de cara aconselhou os jovens bailarinos a lerem. "Um bom bailarino conhece as técnicas, mas tem outros interesses. É preciso ler, ser culto. Eu, com a minha idade tenho muitos interesses, e se um dia perder isso de vista, a vida acaba. Sou como uma flor, sem água murcha." A grande dama do balé lembrou de sua infância, da primeira professora de balé, "a qual eu devo tudo o que sei" e também o abandono de uma carreira promissora como bailarina internacional em nome de uma paixão. "Eu estava em Buenos Aires, quando conheci o meu primeiro amor. Até então eu não tinha namorado. Não dava tempo, viajávamos muito", lembra. Tatiana pediu uma licença de seis meses da Cia. Balé Russo para curtir seu amor, mas o diretor não concedeu. "Então decidi fugir." Veio para o Rio com uma amiga e foi pega por polícias, pois seus documentos estavam em posse do diretor do Balé. Caso resolvido rendeu uma crônica para Carlos Lacerda, "Bailarinas Soltas no Mundo." Esse título tem tudo a ver com a minha vida. O sapateador Steve Zee manteve o tom descontraído e acrescentou humor às entrevistas. "Eu estou aqui porque minha amiga Kika Sampaio (membro do conselho artístico do festival) me convidou. E quando ela faz um convite, não se pode dizer não", brincou. Indagado sobre o jeito dos bailarinos brasileiros dançarem, Zee declarou: "Os brasileiros são bons sapateadores e possuem um jeito diferente dos americanos de dançar. Lá somos mais influenciados pelo jazz, aqui pela percussão." Não satisfeito, pegou uma caixa de fósforos e improvisou um samba. "Eu já viajei o mundo inteiro como bailarino, professor e turista e posso garantir uma coisa: as caixas de fósforo brasileiras são as mais musicais do mundo." Parsons encerrou a rodada de entrevistas. Mostrou um vídeo promocional sobre sua companhia e afirmou: "gosto de emoções. Meus espetáculos são cheios de energia, humor, algumas vezes escuros, como uma verdadeira montanha russa de sentimentos. Eu me inspiro na música para criar meus espetáculos e é justamente isso que faz essa mistura de emoções, vou de Mozart ao jazz, sem restrições." Ainda hoje, a Cia. de Dani Lima apresenta o espetáculo "Falam as Partes do Todo?" na Cidadela Cultural Antarctica. Todo ano, no mês de julho a cidade de Joinville, em Santa Catarina é tomada pela dança. Começou na última quarta-feira o 24.º Festival de Dança de Joinville, que vai até o dia 29. É considerado o maior festival de dança do mundo. Alunos de academias de todo o Brasil, especialmente do balé clássico, mas também da dança contemporânea, do jazz, da dança de rua, do funk... ocupam os palcos instalados em shoppings centers e praças públicas, entre outros locais, atraindo cerca de 200 mil pessoas, segundo estimativa dos organizadores do evento. O destaque deste ano é a companhia norte-americana David Parsons Dance Company, uma das principais da dança contemporânea, como a atração da Noite de Gala, nesta terça-feira. Depois, apresenta-se em São Paulo, nos dias 28 e 29, em Aracaju, Salvador, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte.

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