21 de janeiro de 2011 | 00h00
Assim sendo, o filme parte de uma ideia que não apenas é generosa, mas também muito inteligente. Um filme convencional registraria, e comoveria no contato com aquela realidade tão dura. Lixo Extraordinário dribla essa piedade prêt-à-porter e revela o ser humano que está presente quaisquer que sejam as suas condições sociais. E mostra como podem ser artistas de si mesmos - dadas algumas condições favoráveis. É pena que essa atitude não esteja presente no conjunto do filme.
Isso porque há um olhar brasileiro sobre o conjunto da coisa e esse é o de João Jardim, ótimo documentarista de Pra o Dia Nascer Feliz. E há o olhar estrangeiro de Lucy Walker. Esse desequilíbrio tira um pouco da força de Lixo Extraordinário. Desse modo, o filme é composto de partes desiguais, que poderiam se anular. Mas o que tem de bom compensa eventuais desníveis..
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