
20 de março de 2010 | 00h00
Conspiração Tequila é a atração do TCM, às 23h45. Na época, foi considerado decepcionante pelos críticos, que culparam o diretor e roteirista pelo que ele não quis fazer. Falta ação, uma boa história, reclamavam os resenhadores. De certo, esperavam um thriller como Máquina Mortífera, megassucesso de super-Mel , na pele de um tira sem (auto)controle. O que o filme - Towne - oferece é outra coisa. Relações complexas e sinuosas, um enredo tão labiríntico que o espectador nunca sabe para que lado está evoluindo a história.
Mel Gibson faz o traficante que busca uma saída para sua vida e Kurt Russell é o policial influente. Embora colocados em campos opostos, são amigos e a amizade é colocada à prova quando ambos se envolvem com a sedutora dona de restaurante Michelle. Herói e vilão alternam posições, pouca coisa é dita às claras, tudo fica subentendido. Towne comparou-se aos artífices das velhas catedrais góticas. Ele espalhou pérolas - metáforas - pelo filme. São como gárgulas atrás de Notre-Dame. Ninguém repara, mas elas estão lá, por toda a eternidade. Já é tempo de o público abrir mão da correria e decifrar as sutilezas contidas em Conspiração Tequila.
Encontrou algum erro? Entre em contato