
20 de março de 2014 | 02h08
Injustiça. Andrew Lloyd Webber e seu colaborador Tim Rice são figuras curiosas. As letras de Rice são consideradas melhores do que as músicas de Lloyd Webber, mas são as melodias deste que colam na memória. Os dois revolucionaram o teatro musical com espetáculos como Jesus Cristo Superstar e O Fantasma da Ópera, mas não eram muito considerados no meio. Era até prova de mau gosto musical revelar uma admiração por Lloyd Webber, e quanto mais sucesso ele fazia, mais crescia a resistência. Desde que acabou a parceria com Rice, Lloyd Webber anda meio por baixo. Seu último musical foi um fracasso, em Londres. Mas acho injusta a crítica que lhe fazem, de pouca sofisticação, em contraste, por exemplo, com um Stephen Sondheim. Ele fez pelo menos dois musicais extraordinários, o acima citado Superstar e Evita, que é teatro político quase ao nível de um Brecht. E o que Alan Parker fez da peça no cinema, com a Madonna no papel de uma convincente Evita, está na minha lista dos filmes mais sub-apreciados da História.
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