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Suíço descobridor do LSD morre aos 102 anos

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Por Redação
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Albert Hoffman, químico suíço que descobriu a droga alucinógena LCD, morreu aos 102 anos, disse a organização que republicou seu livro sobre a substância. Hoffman, que defendia as propriedades medicinais da droga que chamava de "criança problemática", morreu na terça-feira de ataque cardíaco em sua casa na Basiléia, na Suíça, disse a Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (AMEP) em seu site. Nascido no dia 11 de janeiro de 1906, Hoffman descobriu o LSD --dietilamida do ácido lisérgico, que mais tarde se tornou a droga da contracultura dos anos 1960-- quando uma pequena quantidade da substância vazou em sua mão durante um experimento em laboratório, em 1943. Ele sentiu uma "marcante inquietação, combinada com leve tontura" que o fez interromper o trabalho. "Em casa, me deitei e mergulhei em um tipo de intoxicação desagradável, caracterizada por uma imaginação extremamente estimulada", disse Hoffman sobre a experiência. "Em um estado de sonho, com os olhos fechados (a luz do sol me parecia muito clara), distingui uma série ininterrupta de figuras fantásticas, formas extraordinárias com um jogo intenso e caleidoscópio de cores", escreveu Hoffman em seu livro "LSD -- Minha criança problemática". "Depois de cerca de duas horas, o efeito passou", conta. Poucos dias depois, Hoffman tomou uma dose de LCD intencionalmente e experimentou a primeira "bad trip" do mundo --gíria usada quando o usuário tem uma reação perturbada. "No caminho para casa, minha condição começou a assumir formas ameaçadoras. Tudo ondulou e se distorceu em meu campo de visão, como se eu olhasse para um espelho curvo", disse ele. Hoffmann --que acreditava que o LSD é útil na análise do funcionamento da mente e esperava que a substância pudesse ser utilizada para reconhecer e tratar doenças como a esquizofrenia-- defendeu sua "criança problemática" por décadas até que ela foi proibida nos anos 1960.

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