01 de agosto de 2022 | 03h00
O filme Raça e Redenção, da Netflix, é um retrato da profunda contradição que era o racismo institucional americano nos anos 1970, momento em que o país se recuperava dos traumas de uma guerra que colocou brancos e negros na mesma trincheira. Na superfície, as autoridades vendiam o discurso da liberdade e falavam em inclusão, mas na prática vários Estados ainda praticavam ostensivamente a segregação como política pública. Na América profunda conservadora e republicana, a mesma que mais tarde votaria em Donald Trump, a população convivia de forma passiva com a Ku Klux Klan, uma organização infame formada por patriotas armados tementes a Deus e pregadores dos valores da família.
O longa tem como estopim uma escola de negros na Carolina do Norte que pega fogo. A cidade é dominada por brancos e a Klan deve, então, decidir de forma “democrática” se os alunos negros ficarão para trás ou serão integrados à escola de brancos. Uma vez instalado o debate, vemos a desconstrução de um racista convicto que se aproxima da líder do movimento pelos direitos civis.
A internet era um faroeste quase sem lei quando, em 2012, um sujeito despontou nas redes e ganhou muito dinheiro praticando a pornografia da vingança de forma ostensiva e zombando da cara das autoridades. Na minissérie documental O Homem Mais Odiado da Internet, da Netflix, somos apresentados a Hunter Moore, um jovem de 20 e poucos anos que se orgulhava de arruinar a vida dos outros. E pior: ele tinha milhares de seguidores.
Filme mais caro já produzido por uma plataforma de streaming, Agente Oculto, que custou US$ 200 milhões à Netflix, é uma sopa de referências que mistura o MacGyver, de Profissão: Perigo, com James Bond e Tom Cruise, de Missão Impossível, passando pela sequência de Jason Bourne. O que importa é a ação. E, nesse quesito, Agente Oculto esbanja, apesar do excesso de lutas corpo a corpo.
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