STF ganha tevê a cabo

Sob o comando do Supremo Tribunal Federal, o canal transmitirá julgamentos importantes em qualquer parte do País como, por exemplo, o dos acusados pela morte do índio Pataxó

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou um "presente" dos parlamentares no dia em que realizou um dos julgamentos mais aguardados pela classe política. Pela manhã, antes dos ministros votarem as ações contra a uniformização das eleições, o Senado aprovou, em votação simbólica, o projeto de resolução que cria a tevê a cabo do STF. A proposta tramitou em regime de urgência. Poderia ter sido examinado na última terça-feira. Mas alguns senadores preferiam aguardar o resultado do julgamento. Foram vencidos, ao final, e a votação ocorreu horas antes da decisão do Supremo. Como a proposta já foi aprovada pelos deputados, está, portanto, liberada a criação de um novo canal público de televisão. "O único problema é a concorrência que a nova tevê criará com a Tevê Senado", brincou o senador Sebastião Rocha (PDT-AP), ao votar favoravelmente à iniciativa. De acordo com o assessor da imprensa do Supremo, Renato Parente, o novo canal começará a funcionar em agosto. A rapidez se justifica porque boa parte dos equipamentos para instalação da tevê já foi adquirida. Parente informa que essas compras, iniciadas em 1997, já representam cerca de US$ 500 mil. A aparelhagem que ainda falta ser adquirida está avaliada em US$ 60 mil. O assessor faz uma correção: não será a Tevê do STF mas, sim, a Tevê da Justiça. Segundo ele, caberá ao Supremo a responsabilidade pela programação e pela geração do sinal de satélite. "Seu funcionamento se dará por meio de um tripé, que atenderá à Justiça de todo o País", informa. Quer dizer que o canal estará aberto para transmitir julgamentos importantes realizados em qualquer parte do País como, por exemplo, o do massacre de Carajás, pelo Tribunal de Justiça do Pará, ou o dos acusados pela morte do índio Pataxó, realizado pelo TJ de Brasília, no ano passado. Também está certa a criação de noticiários diários, com informações dos tribunais de todo o País. As sessões do STF serão transmitidas ao vivo, mas por serem extremamente longas, sofrerão cortes, antes de os telespectadores, e dos próprios ministros, cochilarem.

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