Steve McCurry vem ao Brasil para palestras e workshop

Foptógrafo americano captou a imagem de menina no Afeganistão que foi capa da 'National Geographic'

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Por AE
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Com suas lentes, o fotógrafo americano Steve McCurry, captou, em 1984, em meio à toda violência da guerra que acontecia no Afeganistão, a beleza infantil da menina Sharbat Gula, de 13 anos. O belo par de olhos verdes, arregalados diante da câmera de McCurry, no entanto, já havia perdido a inocência, depois de presenciar tantas mortes e agressões. A imagem rodou o mundo. Foi capa da revista National Geographic e ganhou diversos prêmios. Essa foi apenas uma das inúmeras fotografias marcantes feitas por McCurry, que já cobriu guerras, os atentados terroristas de 11 de setembro e viajou o mundo conhecendo lugares exóticos. Ele é, também, membro da Agência Magnum, fundada pelo francês Henri Cartier-Bresson, morto em 2004 e considerado o pai do fotojornalismo.Steve McCurry estará no Brasil a partir de quinta-feira para uma série de palestras sobre sua carreira. Ele ficará no País até o domingo. Na quinta-feira, a partir das 19h30, fará uma palestra gratuita, no Museu da Imagem e do Som (MIS), com tradução simultânea. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes, na entrada do auditório principal. Nos outros dias, ele ministrará um workshop sobre fotografia jornalística e documental, cujas vagas já estão esgotadas.Em entrevista ao Jornal da Tarde, o fotógrafo afirmou que a imagem da menina afegã Sharbat Gula foi um daqueles casos em que todos os elementos da foto chegam juntos, de uma forma quase mágica. "Um dia, num campo de refugiados perto de Peshawar, no Afeganistão, eu ouvi vozes de meninas vindo de uma tenda. Pedi para tirar algumas fotos", lembra. "Fiquei quase cinco minutos apenas com Sharbat. Ela estava muito traumatizada e fragilizada. Do ponto de vista técnico, tudo deu certo: a iluminação, o cenário, a roupa que ela usava, a expressão, a linguagem corporal".McCurry aproveita também para se defender das pessoas que o acusam de explorar a miséria humana. "É preciso conversar com as pessoas de forma aberta e convencê-las de que o meu interesse vem do coração, que não quero colocá-las numa situação ruim. Converso o tempo que for necessário para mostrar meu respeito e sensibilidade".Já em áreas de conflito, em pleno campo de batalha, a postura deve ser outra, mas sem perder o respeito. "O drama humano nessas áreas não deve ser subestimado. Acho que um fotógrafo de guerra que consegue converter essas emoções em imagens é um nobre profissional. Pode parecer loucura, mas, como fotógrafo, eu me sinto cheio de adrenalina e excitado no meio de um tiroteio". As informações são do Jornal da Tarde.Steve McCurry. Palestra pública, dia 20 de maio, às 19h30. MIS (Museu da Imagem e do Som). Av. Europa, 159. Tel. (011) 5051-1055. Grátis. Distribuição de ingressos uma hora antes. Lotação: 170 pessoas.

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