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Stagium põe a dança a serviço da cidadania

Entre os diversos projetos da companhia, o Dança na Febem leva a cultura hip hop e a dança de rua aos internos da capital, litoral e interior

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma das principais características do Balé Stagium é o comprometimento com as questões sociais. Atualmente, o grupo está envolvido com uma série de projetos como o Joaninha, que atende crianças de escolas públicas, e o Professor Criativo, que sugere meios criativos de ensinar, ou, ensinar com arte. Mas, sem dúvida o mais expressivo é o Dança na Febem, que consiste em levar a dança de rua e a cultura do hip hop aos internos da capital, litoral e interior. No entanto, a idéia da diretora do Stagium, Marika Gidali, é ampliar sua ação: manter as aulas para garotos e garotas que saem das unidades. "Esse é um passo audacioso, que visa a integração desses jovens à sociedade. Além de resgatar a auto-estima, o amor próprio e o respeito, é uma boa oportunidade para a profissionalização em dança", observa Marika. Aqueles alunos que demonstrarem interesse poderão aperfeiçoar e ampliar a formação em dança, com aulas de diversas modalidades - clássico, moderno e contemporâneo - coordenadas por professores do Stagium. Também é uma forma de preparar profissionais que atuam nos bastidores, como produtores, cenógrafos, iluminadores e técnicos, áreas carentes de especialistas no País. O espaço para tirar o projeto do papel já está reservado: três salas localizadas em um prédio na Rua Piratinga, antiga sede do SOS Criança. O local foi oferecido pela Secretaria de Estado da Cultura e já está pronto para receber os futuros alunos e professores. O programa ainda não foi posto em prática por falta de verba. "A secretaria nos apóia em praticamente tudo, mas não tenho como pagar passes de ônibus, uniformes e alimentação", diz Marika. A moçada precisa de suporte financeiro mínimo e incentivo para dar seqüência aos estudos. "O Stagium só colocará o projeto em prática quando houver uma infra-estrutura forte para dar continuidade. Não é certo começar algo nessas proporções, envolver pessoas, lidar com sonhos e, de repente, parar", observa a diretora. Para pôr em prática mais essa ação social, o Stagium está aberto a novos apoiadores para ampliar suas atividades. Com o patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura, da BR Distribuidores e do Instituto Camargo Corrêa, o Stagium conseguiu agir. "Todas as diferentes linhas de atuação só ocorrem porque temos apoio e este ano conseguimos atender a um número maior de pessoas", conta. Só o Joaninha viu o número de aulas crescer, ou melhor triplicar. "Até o ano passado, eles assistiam a aulas aos sábados, este ano serão três vezes por semana." O Projeto Joaninha nasceu da necessidade e vontade de abrir as portas da dança para crianças de escolas públicas e da periferia de São Paulo. No ínicio entraram em contato com o universo da dança, aprenderam alguns passinhos, uma coreografia. A meninada chegou a apresentar o espetáculo "Danças na Ilha de Santa Cruz", que conta a história do Brasil desde o Descobrimento e traz à tona discussões presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente, que é lido durante a peça. A criançada viajou ao Rio para participar da 2.ª Mostra BNDES Arte em Ação Social. "Mesmo o Dança na Febem está crescendo, agora passamos a dar aulas de capoeira." O projeto Professor Criativo, que resgata a auto-estima e auxilia os educadores a darem asas à imaginação, possui 40 inscritos para este mês. "Os professores são convidados a usar novos elementos para alterar o cotidiano e o clima das salas de aula", diz. "Colocamos a dança a serviço da educação social, o que significa que temos 80 pessoas envolvidas em todos esses projetos." Mas não foram apenas os projetos sociais que cresceram. A companhia contratou bailarinos e trabalha duro nos ensaios de uma nova coreografia. Coisas do Brasil é um balé que apresenta ao público a história brasileira por meio de sua música - da regional à erudita. O grupo ainda fará apresentações de seu último espetáculo, Ex-Votos, Pátio dos Milagres, no Teatro São Pedro, no Sérgio Cardoso e circula pelas regiões Sul, Norte e Nordeste do País.

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