SPIELBERG ANIMADO

Diretor fala ao Estado sobre carreira, futuro e o desafio de levar às telas o repórter Tintim

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Por LÚCIA MÜZELL e PARIS
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Se estivesse vivo, o desenhista belga Hergé diria que as quase três décadas de espera valeram para ver o seu principal personagem, o ousado repórter investigativo Tintim, ser retratado no cinema como merece. É verdade que, quando morreu, em 1983, ele já sabia o nome do diretor que estaria por trás do filme que, um dia, tiraria o seu herói do papel - ninguém menos que o mestre da aventura e dos efeitos especiais, Steven Spielberg. Ainda assim, Hergé jamais imaginaria quanto a tecnologia seria capaz de evoluir, a ponto de As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne, ser praticamente uma versão em movimento das suas histórias em quadrinhos. O filme estreia no Brasil na sexta.A aposta era arriscada: o personagem é idolatrado por milhares de saudosistas, embora seja praticamente um desconhecido nos EUA. Agradar a este público, e aos descendentes do autor de Tintim, não seria uma tarefa óbvia para o diretor americano. Mas a acolhida surpreendeu Spielberg.O filme, com tecnologia 3D, marca a estreia do diretor na animação e é a primeira de três produções que deseja fazer sobre o personagem. Neste início, O Segredo do Licorne reúne trechos de outros dois livros, além do que dá nome ao filme. Com pinceladas em O Tesouro de Rackham, O Terrível e O Caranguejo das Pinças de Ouro, ele quis apresentar ao público Tintim e os outros dois personagens principais da obra de Hergé: o esperto cachorro do jornalista, Milou, e o atrapalhado capitão Haddock. Tudo começa quando um misterioso colecionador mostra interesse exacerbado pela maquete de um barco, o Unicórnio, adquirida por Tintim numa feira de antiguidades. Como qualquer bom repórter, ele suspeita que há algo por trás de tanta insistência, e descobre que, na realidade, a peça guarda um documento que leva a uma herança roubada séculos atrás, pelo temido pirata Rackham.Se Spielberg demorou 28 anos para concretizar o sonho de dirigir Tintim, não foi por falta de apego à história. Ele esperava a chegada da tecnologia adequada de cinema para aliar a verossimilhança de atores de verdade com a magia da animação. "Sempre achei que estivesse destinado a fazer Tintim", disse o diretor na première do filme em Paris.O atrapalhado capitão Haddock, o esperto Milou e o repórter ousado emAs Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne

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