SP ganha museu dedicado à memória do negro

Marta e Alckmin assinaram ontem a instalação do Museu Afro-Brasil em pavilhão do Parque do Ibirapuera que já foi sede da Prefeitura

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Por Agencia Estado
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O Museu Afro-Brasil já tem seu lugar. Ontem, Dia Nacional da Consciência Negra, ele foi oficialmente inaugurado, no Pavilhão Manuel da Nóbrega, no Parque do Ibirapuera. O prédio, que inicialmente pertencia à Prefeitura de São Paulo, mas na gestão de Luiza Erundina foi cedido ao Estado em troca do Palácio das Indústrias, volta agora a pertencer à Prefeitura para abrigar o museu dedicado à memória do negro. Ontem, o governador Geraldo Alckmin e a prefeita Marta Suplicy assinaram os documentos que firmaram a entrega do pavilhão para a cidade. O Museu Afro-Brasil terá como curador Emanoel Araújo, artista e pesquisador que já tem em seu currículo a direção da Pinacoteca do Estado. O projeto de realizar um centro cultural voltado para a preservação da memória negra vem de longa data. "A Secretaria Municipal de Cultura sabia do interesse do Emanoel Araújo e desde março estamos negociando sua concretização. Foram muitas idas e vindas", disse o secretário municipal de Cultura Celso Frateschi completando que foi o próprio curador quem definiu que o Pavilhão Manuel da Nóbrega, que tem área de 9 mil metros quadrados, seria o local ideal para o museu. Como disse Alckmin, um lugar que foi cobiçado por universidades e por outras instituições. "Esse museu estará instalado no parque mais valorizado da cidade, mais importante do Brasil", discursou a prefeita. Coleção - O Afro-Brasil não só vai abrigar as 700 obras da coleção de Emanoel Araújo, doadas em forma de comodato, como também vai oferecer cursos, workshops, seminários, sessões de cinema, dança, música e teatro, entre tantas outras atividades para ser um espaço de inclusão social, mais do que um "museu contemplativo ou somente histórico" e sim um centro cultural de "história, reflexão e auto-estima", como diz Araújo. Para iniciar suas atividades, ainda não definidas mas projetadas para o começo de 2004, quando São Paulo comemora seus 450 anos, ocorrerá uma exposição para "contar a saga do povo africano na América com cenografia, recursos multimídia e várias linguagens", conta o curador. O enfoque histórico será o primeiro passo, mas as ações serão concentradas na arte-educação. O Afro-Brasil será administrado pelo Instituto Emanoel Araújo. Frateschi afirmou que já há patrocínios participativos para o começo desse museu, um montante de R$ 4 milhões.

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