SP ganha evento cultural e urbano

Rede de Tensão é uma mostra que mistura culturas erudita e popular para explorar a questão urbana e reúne obras de 19 artistas no Paço das Artes

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Por Agencia Estado
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O evento Rede de Tensão, que será aberto neste domingo, no Paço das Artes, com uma série de atrações - que incluem apresentação de dança, performance, o "pouso" da obra Transit (uma grande mosca virtual) sobre a fachada do espaço cultural, e até um apagão -, reúne um conjunto amplo de obras e intervenções estreitamente vinculados a temas centrais da produção e do pensamento sobre arte contemporânea. A exposição - que funciona como uma espécie de continuidade da mostra de mesmo título que integra a Bienal 50 Anos - também tem por tema central a questão urbana e procura trabalhar nos interstícios entre a cultura pop e a erudita, levando as manifestações populares para o espaço expositivo do museu. Além de evidenciar essa interseção crescente entre as ditas "alta" e "baixa" cultura, o evento - que vem sendo formatado há longo tempo pela curadora - pretende ampliar ao máximo a reflexão para as várias áreas de criação. Participam da mostra não apenas artistas plásticos, mas designers e arquitetos. Além disso, estão sendo programadas oficinas de grafite (quarta-feira), de dança-teatro (dia 9), de break dance (dia 7), de música eletrônica (dia 16) e de pandeiro, com Marcos Suzano (a definir). Nos dias 23 e 24 de junho também ocorrerá um fórum de debates, com a participação de vários artistas e críticos para discutir a questão urbana. O setor mais visual da exposição, que pode ser visitado até 29 de junho, reúne obras de 19 artistas. Como já havia ocorrido na seleção da Bienal - cuja curadoria Daniela Bousso assina com Maria Alice Milliet -, foram privilegiadas as instalações ou videoinstalações, com uma presença também marcante do suporte fotográfico. É curioso notar que, entre os selecionados para as duas mostras intituladas Rede de Tensão, há uma presença importante de trabalhos feitos por grupos e não de maneira individual, como o Camelo ou o Casa Blindada. Segundo Daniela, isso decorre em parte do fato de a arte tecnológica não requerer uma autoria tão individual, mas também do crescente desejo de discutir, de criar uma reflexão conjunta sobre a cultura e o mundo que nos cerca.

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