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SP: Estado e cidade aguardam secretário da Cultura

Marco Aurélio Garcia deve deixar a secretaria municipal para assumir cargo no governo Lula, e ainda não foi anunciado seu sucessor. A indefinição também cerca a secretaria estadual, atualmente ocupada por Marcos Mendonça

Por Agencia Estado
Atualização:

Um deles deve sair essa semana para assumir função fundamental no governo Lula, nas Relações Exteriores. O outro pode entrar na História como o secretário de Cultura que mais tempo terá permanecido no cargo: 12 anos. Eles são Marco Aurélio Garcia, secretário municipal de Cultura, e Marcos Mendonça, secretário de Estado da Cultura. Até sexta-feira, Marco Aurélio Garcia - escolhido para ser o assessor especial de Lula para assuntos internacionais - , continuava alternando as funções de secretário com as novas lides diplomáticas. Para a viagem à Venezuela, como observador especial, ele tirou dois dias de licença sem remuneração e, para a viagem Argentina-Chile, com Lula, tirou férias. Na sexta, estava com Fidel Castro, em Cuba. Ao mesmo tempo, o pessoal de sua secretaria embrulhava as coisas para mudar de endereço - no dia 6, saem da Rua Frei Caneca, na região da Paulista, e vão para o prédio do Cine Olido, na Avenida São João. Para o lugar que ainda é de Garcia, cogitavam-se esta semana os nomes do ator e diretor Celso Frateschi e de dois militantes do partido que foram preteridos pelo governo Lula no Ministério da Cultura: Sérgio Mamberti e Hamilton Pereira (do Instituto da Cidadania). Frateschi é um "candidato" visto com simpatias dentro e fora do Partido dos Trabalhadores. "É um bom nome", diz sucintamente o vereador Vicente Cândido, um dos mais ativos militantes, na Câmara, das causas da cultura. Mas, segundo observadores, a indicação, pela prefeita Marta Suplicy, de um nome como Hamilton Pereira ou Sérgio Mamberti seria uma forma de atenuar descontentamentos dentro do Partido dos Trabalhadores, causados pela nomeação de Gilberto Gil para o MinC. A prefeita deve anunciar a saída do secretário e o novo nome da Cultura logo após a posse. "Sou um quadro do partido à disposição", respondeu, por sua vez, Marcos Mendonça, secretário de Estado da Cultura nas gestões Covas e Alckmin - ele só ficou de fora do cargo por breve período, para disputar uma eleição, quando foi substituído por Antonio Angarita. Mendonça, que já está há nove anos no gabinete de secretário, não tinha sido reconfirmado no posto pelo governador Alckmin até sexta-feira, o que causava certo alvoroço na classe artística. "Estou à disposição do governador. Ele tem lá suas razões e motivações", afirmou Mendonça. A secretaria de Estado da Cultura tem boas perspectivas para 2003. Empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) deve investir US$ 20 milhões para a instalação das chamadas Fábricas de Cultura. O projeto prevê ainda uma contrapartida de US$ 10 milhões de recursos do Estado de São Paulo e deverá atender 150 mil crianças em cinco regiões da periferia da cidade: Vila Brasilândia, Capela do Socorro, Jardim Ângela, Sapopemba e Itaim Paulista. Mendonça - ou seu sucessor - também estará de posse dos planos para a instalação imediata de um novo museu, o Museu do Imaginário, no prédio do antigo Dops, na Luz. Elaborado por Emanuel Araújo, ex-diretor da Pinacoteca do Estado, o projeto deverá ser "o melhor museu do País", na visão do secretário, por conta de uma concepção arrojada de museologia. Em 2003, a Orquestra Sinfônica do Estado tem uma turnê marcada pela Europa e contrato para gravar 20 CDs. Em 2004, tem turnê pela Ásia já programada. "A orquestra vai de vento em popa, só precisamos conseguir mais recursos da iniciativa privada", diz Mendonça. Serão aceleradas as obras de instalação, na Estação da Luz, do Centro da Língua Portuguesa, projeto de R$ 31 milhões. Também está pronto o projeto da Loteria da Cultura, mecanismo que pretende carrear recursos novos para o setor. A sincronicidade entre as duas secretarias (estadual e municipal), que já foi mais ativa, anda meio fora de foco. "Ultimamente, o Estado desenvolveu ações mais museológicas, enquanto a Prefeitura deu mais atenção às bibliotecas, mas sempre mantemos uma sintonia", diz Mendonça. "A prova disso é o Jardim da Luz, que foi recuperado por Estado e Prefeitura e hoje é um dos melhores locais de São Paulo para o lazer e a cultura."

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