
11 de abril de 2013 | 10h49
A grande estrela da Pace, no entanto, foi o pintor japonês Yoshitomo Nara, 54, cuja arte ficou conhecida nos anos 1990 graças à emergência de um cenário favorável à linguagem pop (Nara tem certo parentesco com a sintaxe visual do mangá, pintando meninas de olhos grandes e animais típicos de cartuns). É uma pintura de traços simples, mas preço sofisticado: US$ 650 mil. Ainda assim, as galerias brasileiras venderam obras melhores e de valor superior. Um exemplo disso é a escultura cinética do venezuelano Jesús Rafael Soto (1923- 2005), "Écriture Verticale Jaune", obra em madeira e metal, de 1989, vendida pela Dan Galeria a um colecionador brasileiro por R$ 1,8 milhão.
"Há dez anos, quando Soto ainda estava vivo, fiz uma exposição com obras suas e acho que o mercado brasileiro percebeu sua importância, pois foram muitas as galerias que mostraram seus trabalhos na SP-Arte, que já pode ser considerada a feira dos recordes, comparável às melhores lá de fora", observa o marchand Peter Cohn, proprietário da Dan. Com 122 galerias participantes, a feira deste ano registrou também um recorde de público, 22.500 visitantes - e não apenas curiosos, mas colecionadores brasileiros e estrangeiros dispostos a comprar.
Lado a lado, nos três andares da mostra, foi possível ver telas de Volpi e Picasso, móbiles de Calder e esculturas de Amilcar de Castro, pinturas de Chagall e Guignard, Richard Serra e Mira Schendel, numa mostra que cobriu parte da história do modernismo europeu e americano e também a contemporaneidade, representada por jovens como Bruno Dunley e Rodrigo Bivar - respectivamente com 29 e 33 anos. Com preços acessíveis (em torno de R$ 25 mil), ambos tiveram obras vendidas na feira, o primeiro pela galeria Nara Roesler e o segundo pela Millan.
Um fenômeno também entre os jovens contemporâneos é a portuguesa Joana Vasconcelos, nascida por acaso em Paris e comercializada aqui pela Casa Triângulo. O marchand Ricardo Trevisan, da Casa Triângulo, confirma seu sucesso. "Vendemos tudo o que tínhamos no estande, inclusive todas as peças de Joana." E elas variavam de US$ 12 mil a US$ 120 mil. Dos artistas brasileiros representados por Trevisan, Sandra Cinto foi a que teve maior valorização (obras em torno de US$ 200 mil).
Fernanda Feitosa, idealizadora e diretora da SP-Arte, comemorando o sucesso da feira, saiu à meia-noite de segunda-feira exausta do Pavilhão da Bienal, mas feliz por ter atraído algumas das galerias mais conceituadas do Hemisfério Norte que, segundo ela, "deixaram o Brasil com ótima impressão no mercado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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