Sorocaba tenta recuperar igreja de 1783

A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Ponte e a estação da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, de 1875, em péssimo estado de conservação, são bens importantes para a história do Estado

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Por Agencia Estado
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A Arquidiocese de Sorocaba pretende arrecadar R$ 250 mil em doações dos fiéis para a recuperação externa da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Ponte, cuja construção data de 1783. A igreja, que fica na Praça Coronel Fernando Prestes, o ponto mais central da cidade, sofreu várias reformas, mas ainda mantém a estrutura de taipa do prédio original. O reboco das paredes e a pintura estão em más condições. O telhado também será reformado. A campanha está sendo coordenada pelo pároco da catedral, padre Tadeu Rocha Moraes. Com os R$ 30 mil arrecadados nos primeiros dias de doações, foram iniciadas as obras de remoção do reboco. Segundo o mestre de obras Eduardo Moreira, os serviços não irão alterar as características originais do edifício. "Estamos realizando um trabalho artístico para recompor os frisos e detalhes em relevo das paredes." A restauração interna da igreja deve ser realizada numa próxima fase. A catedral foi construída sobre o local que abrigava a igreja edificada pelo fundador de Sorocaba, o bandeirante Baltazar Fernandes, em 1667. A imagem da padroeira, em estilo barroco, é de 1771. As pinturas do interior são dos artistas sacros Ernesto Tomazzini (1930) e Bruno di Giusti (1949). O grande sino da torre foi fundido em 1940 pelos irmãos Samassa e teve quase 50 quilos de ouro misturados ao bronze para apurar a sonoridade. A igreja abriga o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, com um conjunto de mais de 300 peças. Abandono - Outro edifício histórico do centro de Sorocaba, a estação da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), construída em 1875 pelo engenheiro Mateus Maylasky, está em estado de deterioração. O prédio foi desativado há três anos, quando a Ferrovias Bandeirantes (Ferroban) assumiu a concessão da malha ferroviária regional, passando a operar exclusivamente o transporte de cargas. A estação é tombada pelo patrimônio histórico municipal, mas não recebe qualquer cuidado. Centenas de pombos habitam as dependências e se aninham sobre o forro, que ameaça ruir. O conjunto arquitetônico, com 1.686 metros quadrados de construção em terreno de 12.316 metros, pertence à Rede Ferroviária Federal S.A (RFFSA). A empresa pretende vender ou leiloar o imóvel. A prefeitura de Sorocaba propõe-se a adquirí-lo, mas quer compensar os impostos municipais devidos pela Rede, calculados em cerca de R$ 750 mil.

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