15 de outubro de 2019 | 04h00
Uma das novas pegadinhas para artistas com longa carreira e fundamentais para a música é a pergunta “o que você acha da música brasileira hoje?”. As respostas são muitas. Mas o x da questão é que a pergunta normalmente é feita por jovens jornalistas que sabem que o mais comum é a frase: “Não se faz mais música como antigamente”. A música é feita de mil maneiras e cada tempo e artista tem seu modo de produzir, mas tem muita música boa sendo feita. Hoje eu escolhi falar de alguns artistas que estão tocando no meu player e talvez sejam novos para você. Vamos ouvir?
Ela é carioca. Tem esse nome artístico estranho, inusitado, diferente, original e que tem de ser explicado em qualquer lugar que falem dela. Então, vamos lá...Eu sei que ela já deve estar quase incomodada com isso, mas peço licença para mais uma vez explicar. O sobrenome dela é difícil de ler, escrever e, até para dar um ctrl+c, ctrl+v, confesso que reli mil vezes: Fainguelern. Complicadinho, né? Ela até poderia usar esse sobrenome ostentação, mas preferiu Frango Elétrico. A cantora, compositora, produtora e instrumentista lançou o primeiro disco no ano passado, com 20 anos de idade. O trabalho levava o título de Mormaço Queima. Mais recentemente, em setembro, Ana Frango Elétrico lançou Little Eletric Chicken Heart, pelo Selo RISCO, com produção dela própria ao lado de Martin Scian. Os dois discos estão nas plataformas digitais e a artista está com um show marcado em São Paulo, para sexta-feira, 18, às 20h30, no Sesc Paulista (Avenida Paulista, 119, Bela Vista).
Banda formada por Machado e as irmãs Liozinha e Lay que tem um disco cheio chamado Pra Curar lançado no ano passado, depois do EP, que levou o nome de Pra Doer. Eles cantam bonito juntos ou separados – o encontro é muito potente – e o som, que tem muitos elementos eletrônicos, ressalta ainda mais essas vozes. O disco está disponível em todas as plataformas digitais. E são superpedidos no programa de rádio Som a Pino – o mesmo nome desta coluna.
A cantora e compositora pernambucana, que mudou para o Rio de Janeiro para ser médica e nunca foi (ainda bem), lançou no ano passado o disco Sinto Muito e, de lá pra cá, fez um sucesso e tanto. O disco é bom demais. Recomendo a audição agora – caso você ainda não tenha tido contato com as músicas dela. Mas, além desse trabalho, ela segue incansável em ótimas participações especiais com o rapper Rashid e com a paraense Gaby Amarantos. Destaque para Meu Primeiro Amor, música do baiano Lucas Santtana. O que é considerado novo ou supernovo é muito relativo. Opa! Mas me conta no e-mail qual a tua descoberta musical mais recente? Nosso tempo é hoje e hoje tem muita música boa acontecendo por aí. Vamos espalhar.
Ceumar regravou o samba do Criolo em seu disco mais recente Espiral com participação especial da cantora e violonista (e que violão) Josyara.
A música alcançou um novo lugar, parece até uma nova composição. Te convido a escutar as duas versões: a original, do Criolo, e a nova original, com Ceumar e Josyara. Lindíssima.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.