Sobre o homem, antes do artista

Marc Eliot corre o risco de interessar menos aos cinéfilos

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Tudo o que você queria saber sobre o homem Clint Eastwood, mais do que sobre o artista. Marc Eliot pesquisou em jornais, revistas e livros de outros autores para traçar seu perfil do xerife de Hollywood. Sua biografia evita o puxa-saquismo do biógrafo oficial de Clint, Richard Schieckel. Mas, se conta tudo sobre as mulheres, as amantes e os filhos bastardos em Nada Censurado, Eliot resume a discussão sobre os filmes a clichês que parecem saídos de notas de produção.

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A consequência é que ele corre o risco de satisfazer mais o público ávido por fofocas do que os cinéfilos. Clint veio de uma família humilde. O pai penou durante a depressão econômica dos anos 1930. Ele próprio percorreu um longo e difícil caminho para se impor, primeiro na TV, na série Rawhide. Os dois Oscars de melhor filme e direção, por Os Imperdoáveis e Menina de Ouro, não o acalmaram. Clint, segundo Eliot, sempre sonhou com o prêmio de ator.

É quando quer ser crítico com o homem que Eliot ilumina o artista. Clint ia só interpretar As Pontes de Madison. O diretor Buce Beresford queria uma atriz nórdica - Lena Olin - no papel. Clint exigiu Meryl Streep. Contracenar com ela ajudaria no próprio Oscar. Beresford se demitiu, Clint fez o filme ao seu jeito. Não ganhou o prêmio, mas Madison ficou bom demais.

CLINT EASTWOOD - NADA CENSURADO

Autor: Marc Eliot

Tradução: Vera Ribeiro

Editora: Nova Fronteira

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(528 págs., R$ 49,90)

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