05 de abril de 2012 | 03h08
Como você se sente, agora que está virando unanimidade?
Nelson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra e o que você diz me assusta, um pouco, mas é gratificante. Nunca deixei de trabalhar, mas passei por momentos difíceis. Foi preciso que alguém que não era de TV nem de teatro, como o Fernando (Meirelles), me escalasse para O Som e a Fúria. As pessoas me viram com outros olhos.
Vamos ser diretos. Você teve um affair tórrido com Vera Fischer, que era o objeto de desejo de todo macho brasileiro. Isso teve um preço, não?
Não foi só um affair. Vivemos um romance intenso e maravilhoso. Tivemos um filho, que tem 19 anos, e eu amo. Mas, justamente por ser forte demais, a relação nos deixava vulneráveis. Foi boa enquanto durou, e ainda bem que terminou. Senão, teríamos nos matado.
Você começou com fama de desajustado em Os Anos Rebeldes, de Gilberto Braga. Pesou?
Era um ator de teatro, tinha 26 anos e fiz um garoto de 18. Era um trabalho de composição, e eu acho que fiz bem, mas todo mundo achou que o personagem era eu. A relação com Vera reforçou a impressão.
Vocês protagonizaram muitos escândalos. Você vivia às turras com a imprensa, concorda?
Aqueles paparazzi grudavam na gente. Um dia estava num set de gravação, tratando o fotógrafo superbem. Mas quando fui urinar, ele foi atrás e ficou clicando. Disse que ele tinha de ter respeito. O cara não quis saber. Tomei a câmera e a revista dele comprou uma briga comigo que durou 13 anos. Os fotógrafos chegavam a se juntar para me provocar, à espera da foto sensacionalista. Com o tempo aprendi a me controlar.
Orlando é um político, um negociador. Como foi fazer o papel?
Filmamos muito mais e quando vi o Xingu pela primeira vez achei que faltavam coisas importantes. Revi agora e acho que a força do Orlando está intacta. É uma história que tinha de ser contada, e o Cao conta muito bem. / L.C.M.
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