Silvia Machete

Viveu por 12 anos entre França e Nova York. Rodou a europa como artista de circo. Voltou ao Brasil para se tornar cantora e hoje lança seu segundo disco

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Por Flavia Guerra
Atualização:

Você morou dez anos fora. A readaptação, tanto ao cotidiano quanto à vida artística, foi difícil?

Sim. Minha vida casava perfeitamente com meu trabalho. Por dez anos, morei com meu ex-marido em Nova York e, nos verões, morava em uma casa-caminhão, viajando e me apresentando pela Europa. Quando decidi voltar, passei um tempo tentando me reencontrar.

Com o País ou o trabalho?

Os dois. O Brasil é incrível, mas fui morar fora muito jovem, aos 18 anos. A volta foi complicada. A arte circense é muito respeitada e tida como "alta arte" no exterior. Mas ainda é vista como algo muito caricato no Brasil. Levou um tempo para que entendessem meu trabalho, mas encontrei meu espaço e hoje tudo caminha muito bem.

Tanto que você já lança seu segundo CD, Extravaganza. Continua performática?

Claro! Sempre. Neste show me penduro em um lustre! Mas há um preconceito muito grande em relação a meu trabalho justamente pela performance. Esta palavra carrega um preconceito muito grande no Brasil. Performático é o que acontece no palco. Se piso nele, sou performer.

Mas isso talvez ocorra porque você inclui muitos elementos do circo e teatro de rua nos shows.

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Exato. Meu trabalho se desenvolveu ao longo dos anos. O novo show é a síntese da música com a performance. Como na música Baixo, em que literalmente seduzo um baixo. E o público vai ao delírio.

Você trabalha muito o erotismo nas canções e apresentações.

De forma sutil. Erótico não precisa ser vulgar. Trabalho com a comédia física do erotismo.

Ao mesmo tempo, é notável o quanto sua música se desenvolveu tanto quanto a performance.

Verdade. Tenho 12 anos de carreira. Três e meio como cantora. E sei que quem me acompanha entende meu trabalho. Mas aprendi a me conformar que talvez nunca alcance o grande público.

Por que não?

Porque para isso tenho de ter uma música na novela, muita divulgação. Além de um show muito bom, é preciso de um investidor. Mas me sinto muito bem sucedida. Sucesso é fazer o que a gente quer. E meu show é autêntico, tem minha marca, minhas palavras. Faço o que faço porque amo e preciso.

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