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Shakespeare, onda de peças em Londres e no Brasil

William Shakespeare (1564-1616) é tema de várias montagens em sua cidade natal e até no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Se estivesse vivo, William Shakespeare (1564-1616) teria feito 442 anos no último domingo, dia 23 de abril, data também de sua morte. Em homenagem ao dramaturgo, sua cidade natal, Stratford-Upon-Avon, na Inglaterra, promoveu o festival Complete Works (em português, obras completas). Durante cerca de um ano, serão apresentadas, pela primeira vez, as 37 obras, sonetos e poemas de um dos maiores gênios da Literatura. As apresentações ocorrerão não somente dentro de teatros, estarão espalhadas pelas ruas da cidade, com direito até a uma partida de futebol com os Montescos jogando contra os Capuletos. As peças Romeu e Julieta e Antônio e Cleópatra já foram exibidas na inauguração do festival, em 6 de abril - embora a abertura tenha sido oficialmente no domingo, em homenagem ao nascimento e morte de Shakespeare. Aqui no Brasil também ocorre uma onda de exibições teatrais do grande dramaturgo, das quais vale ressaltar pelo menos duas que estão por vir. Só de Ricardo III estão sendo preparadas duas montagens, uma, sob a direção de Jô Soares, com Marco Ricca no papel principal e outra, com direção de Roberto Lage, terá Celso Frateschi interpretando Ricardo III. Em Londres, ainda este ano, serão exibidas 23 produções da companhia que leva o nome do escritor, Royal Shakespeare Company, além de 30 montagens de outras companhias. A diretora do festival, Deborah Shaw, ressaltou o internacionalismo do festival e enfatizou que a organização tratou de oferecer uma variedade de produções que procedem de quase todos os continentes. "Este é um festival único", disse Deborah. Talvez Shakespeare ficasse um pouco impressionado ao ver como Complete Works mostra, entre outras obras, um Hamlet de figuras ninjas em miniatura ou um Ricardo III convertido em Sadam Hussein e ambientado no Iraque em meados dos anos 80. "Essa experiência é muito interessante porque nós (os britânicos) estudamos Shakespeare na escola obrigatoriamente, e vamos nos reunir com pessoas de outras culturas que não estudam e fazem, às vezes, um Shakespeare de uma maneira mais fresca", declarou Deborah. Diretores conhecidos internacionalmente assinam algumas das montagens, como é o caso de Peter Stein e do japonês Yukio Ninagawa, que levarão ao festival, Troilo e Crésida e Tito Andrónico, respectivamente. Para Deborah, a universalidade das obras de Shakespeare se deve a sua beleza, sua poesia e sua épica. "Ele foi o primeiro a escrever sobre o indivíduo", acredita ela, que diz não ligar para as especulações sobre o sexo de escritor (alguns estudiosos acreditam que Shakespeare tenha sido, na realidade, uma mulher). "Para mim seria interessante saber outro tipo de coisa. Se era católico ou protestante", disse Deborah. Stratford-Upon-Avon se prepara para receber cerca de 800 mil visitantes. Complete Works teve um orçamento de 49 milhões de euros.

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