
28 de novembro de 2012 | 11h05
Fotógrafo de guerra, ele prova ser também versátil em seu novo trabalho, a série de fotos do calendário Pirelli, oficialmente lançado nesta terça-feira à noite, no Rio de Janeiro, com a presença da atriz Sophia Loren. Buscando nova vertente para um tradicional projeto, McCurry levou modelos (Isabelli Fontana) e artistas (Marisa Monte) para favelas cariocas além do boêmio bairro da Lapa, onde a profusão de cores quentes serviu de cenário para seu retratos raramente vistos do bas-fond carioca.
"Minha intenção não era fazer uma tradicional foto com modelos", contou ele à reportagem. "Busquei inseri-las em um ambiente que, ao contrário do que muita gente pensa, é acolhedor e extremamente fotogênico."
De fato, ao ser convidado para montar a versão 2013 do calendário Pirelli - objeto de desejo criado pela empresa italiana em 1964 e, desde então, item disputado por colecionadores -, McCurry decidiu aplicar a mesma filosofia humanista que norteia sua carreira. Assim, todas as modelos escolhidas participam ativamente de alguma ajuda humanitária, seja pessoal ou por meio de uma ONG. Mais: preferiu que nenhuma posasse nua, deixando que a sensibilidade individual se adequasse naturalmente ao do ambiente em que foram clicadas.
O resultado é um compêndio sociológico de uma área característica do Rio de Janeiro, exaltada por escritores como Lima Barreto e Marques Rebelo, pulsante na falsa pobreza e com uma beleza pictórica quase explosiva. Encantado, McCurry, que registrou conflitos de países como Afeganistão, Líbano, Camboja, Índia e Tibete, também elegeu como modelos figuras que conheceu na região, como a vendedora de pimenta, a lutadora de boxe, a moça da janela. Flagrantes quase impressionistas da vida real. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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