PUBLICIDADE

Série de eventos homenageia Plínio Marcos

Por Agencia Estado
Atualização:

Durante seus 64 anos, o dramaturgo Plínio Marcos assumiu com gosto o aparente pouco caso com sua obra: além de escrever à mão, distribuía originais entre amigos e não se importava em guardar artigos publicados sobre seu trabalho. Também não sabia ao certo quais editoras publicaram seus textos, muito menos quais foram editados. O resgate da obra porém, aconteceu, graças a amigos e admiradores - domingo, quando se completa um ano da morte do dramaturgo, tem início uma série de homenagens, que vai culminar com uma exposição no Memorial da Améria Latina, a partir do dia 11. "Plínio dava voz a personagens excluídos, que eram não apenas o caminho da desesperança, mas também da reconstrução de algo melhor", comenta o diretor Sérgio Ferrara, que prepara a montagem de O Abajur Lilás, uma das diversas peças do autor vetadas pela censura. A leitura do texto acontece às 21 horas de segunda-feira, no Teatro Eugênio Kusnet (Rua Teodoro Baima, 94), com Esthér Góes, Magali Biff e outros. "É essa força humana que buscamos reconstituir." O projeto intitula-se Plínio Marcos, um Grito de Liberdade - uma Exposição Quase Marginal e começa às 15 horas de domingo, no Eugênio Kusnet, com uma curiosidade: leitura de textos infantis escritos por Plínio, como A Onça e o Gato e As Aventuras do Coelho Gabriel. "São fábulas maravilhosas, em que se percebe sua principal marca: a luta pela sobrevivência", conta o diretor Marco Antônio Brás, participante do projeto e responsável pela condução de Figurinha Difícil, aula aberta representada pelo elenco do Círculo dos Comediantes/Estagiários do Indac, a partir das 18 horas. "Será uma colagem dos principais textos do Plínio." O ciclo de leituras continua com O Inútil Pranto, o Inútil Canto pelos Anjos Caídos, texto inédito do autor. A apresentação será precedida por uma missa leiga, comandada pelos atores, contrastando com a cerimônia religiosa que acontecerá na Igreja da Consolação, pela data de um ano da morte. O auge das homenagens acontece no momento em que a jornalista Vera Artaxo, última companheira de Plínio Marcos, vai ler o texto O Ator, uma verdadeira declaração de amor ao teatro. Celebração - A mesma leitura deverá ser feita também ao final de todas as apresentações teatrais que acontecerem na capital neste domingo. O ato acontece também em Santos, onde Plínio nasceu, no Recife e no Rio de Janeiro. "Será uma autêntica celebração à memória do Plínio, comprovando que sua importância artística persiste", comenta Vera Artaxo. A congregação final dos amigos do dramaturgo acontece às 21 horas, quando componentes das bandas Bandalha e do Redondo, sob a regência de Mestre Carlão, se apresentam em frente ao Eugênio Kusnet. "Plínio ajudou a fundar as bandas", lembra Vera. As homenagens continuam na segunda-feira, às 21 horas, com a leitura de O Abajur Lilás, marcando o início de um ciclo - na semana seguinte, Cláudio Mamberti apresenta O Homem do Caminho, no Teatro Plínio Marcos (Rua Clélia, 33). No dia 4 agora no Galpão do Folias (Rua Ana Cintra, 213), o elenco do Folias D´Arte faz a leitura de O Gadjo Aprendiz, com a direção de Marco Antônio Rodrigues. E, no dia 11, juntamente com a abertura da exposição no Memorial da América Latina, um dos filhos de Plínio, Léo Lama, dirige a leitura de Prisioneiro de uma Canção, que escreveu com o pai.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.