Série aprofunda história de Anne Frank

Uma produção da rede americana ABC, que estréia em maio, nos Estados Unidos, reconstitui sua história para além dos diários e acrescenta novos dados históricos

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Por Agencia Estado
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Em sua curta vida marcada pelo terror da guerra nazistas, a jovem alemã Anne Frank deixou para a história importantes registros que, entre outras coisas, demonstram seu precoce talento literário e traços de uma forte personalidade. Anne Frank, uma minissérie que está sendo produzida pela rede de televisão americana ABC, espera resgatar a vida desse ícone. A reprodução da história começa quatro anos antes da família Frank fugir para seu esconderijo, em 9 de julho de 1942, envolve os 26 meses descritos no diário e continua até o resgate da família, em 4 de agosto de 1944. A série pretende seguir sua jornada até os meses infernais que antecederam sua morte em um campo de concentração. Locação em Praga - A produção vai custar US$ 12 milhões. Algumas cenas foram gravadas em Praga, mas grande parte teve cenário especialmente construído. O esconderijo da família e seus quatro amigos foi reconstituído em uma fábrica abandonada e as fachadas das casas à beira do canal de Amsterdã foram reconstruídas às margens do Rio Vltava, em Praga. A três quilômetros da fábrica, operários checos estão construindo cabanas de madeira e torres de vigia que representam os campos nazistas. A série, que terá duração de quatro horas, será apresentada nos dias 20 e 21 de maio. O elenco, em sua maioria internacional, inclui o anglo-indiano Ben Kingsley como Otto, o pai de Anne; a atriz alemã Tatjana Blacher como a mãe, Edith; Brenda Blethyn como Auguste van Pels que, junto com o marido Herman e o filho Peter, escondem a família Frank. Há ainda a americana Lili Taylor como Miep Gies, uma das pessoas que ajuda a família durante a fuga. Anne e Hannah - O diretor Robert Dornhelm teve sorte crucial ao escolher entre 1.200 candidatas a intérprete certa para o papel de Anne Frank. Ele disse ter escolhido Hannah Taylor Gordon, uma jovem inglesa de 13 anos, esguia e com olhar brilhante, após ter visto apenas dois minutos de seu videobook. Sua misteriosa semelhança com Anne e a bela postura foi o que chamou a atenção do diretor. ?Ela é a melhor protagonista com quem eu já trabalhei?, disse Kingsley medindo as palavras. ?Ela é perfeita para essa linda e terrível história. Trabalha intuitivamente, é extremamente inteligente e faz seu personagem ser muito envolvente.? A série está sendo filmada em ordem cronológica não apenas para facilitar a edição, mas principalmente porque muitos atores, como Hannah, Tatjana Blacher e Brenda Blethyn, concordaram em raspar a cabeça para as cenas nos campos de concentração. ?Parecemos skinheads?, brincou a protagonista. O roteiro, escrito por Kirk Ellis, é baseado no livro Anne Frank: A Biografia, da jornalista australiana Melissa Müller que, quando publicado, em 1998, virou manchete de vários jornais. Müller revelou em seu livro a existência de cinco páginas faltantes no diário de Anne, que sugeriam que a jovem via o casamento dos pais como ?de conveniência?. A biografia também revelou novas informações sobre a vida de Anne antes e depois do período coberto pelo diário. Unindo as informações da biografia com as do livro o O Diário de Anne Frank, que tem os direitos de reprodução no canal 20th Century Fox, ele pôde abranger detalhes da vida da jovem que ocorreram durante a perseguição nazista, como a descoberta de seu primeiro amor e seu primeiro beijo com o garoto Peter, com quem dividia o esconderijo. Ellis, no entando, foi mais longe do que as histórias oficiais quando determinou Lena Hartog, uma faxineira de escritórios vizinhos ao esconderijo, como a pessoa que denunciou a família Frank e seus amigos aos nazistas. Ele explicou que uma conversa que teve com Sr. Gies, que foi secretário de Otto Frank e hoje, aos 92 anos vive em Amsterdã, o persuadiu de que a faxineira era a denunciante. Exemplar - A vice-presidente executiva da rede ABC acredita que o diário de Anne tenha uma importância histórica fundamental. ?É uma pena que o livro não seja mais leitura obrigatória nos colégios?, lamenta ela. ?Eu acho que essa é uma história que tem de ser contada e recontada. Esse livro tem um lado bom e puro em um cenário de terror. Espero que crianças de 11, 12 anos assistam ao filme junto com os pais.? Hannah Taylor Gordon, também envolvida com história e com a personagem, disse já ter começado a escrever seu próprio diário. ?Quer ver como se chama??, perguntou animada. ?Being ?Frank? about Anne (Sendo Franca sobre Anne)?.

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