Sérgio Duarte Mamberti é o novo presidente da Funarte

Famoso como Tio Vitor do 'Castelo Rá-Tim-Bum', ator é do PT e um dos mais atuantes politicamente do teatro

PUBLICIDADE

Por Jotabê Medeiros , Da Redação , com Beth Néspoli e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, anunciou nesta sexta-feira, 31, em entrevista coletiva, que o ator santista Sérgio Duarte Mamberti foi nomeado o novo presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Mamberti vai deixar a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, que ocupava desde o início da gestão de Gilberto Gil, em 2003. O santista assume em substituição a Celso Frateschi, que saiu da Funarte em outubro alegando uma espécie de conspiração, contra si, de servidores da instituição e de determinados veículos de imprensa. Frateschi também denunciou falta de apoio do atual de Juca Ferreira. Famoso nacionalmente na TV como o Tio Vitor do Castelo Rá-Tim-Bum, Mamberti é do Partido dos Trabalhadores (PT) e um dos mais atuantes politicamente do teatro paulistano. Foi o anfitrião do casal Julian Beck e Judith Malina nos anos 1970, quando estes foram presos e deportados.  Problemas na gestão Frateschi Na noite em que pediu demissão, Frateschi divulgou uma carta intitulada "O transatlântico fantasma", em que afirmava que não resistiria ao "movimento articulado de alguns funcionários e de alguns setores do Ministério da Cultura para desestabilizar minha gestão na presidência da Funarte". Secretário de Cultura de São Paulo na gestão de Marta Suplicy e nas duas administrações do prefeito Celso Daniel em Santo André, Frateschi assumiu a Funarte em abril do ano passado, nomeado pelo então ministro da Cultura Gilberto Gil para o lugar do também ator Antônio Grassi.  A gestão de Celso Frateschi na Funarte recebeu as seguintes acusações: primeiro, o jornal O Globo divulgou que o projeto do grupo Ágora, da mulher de Frateschi (a coreógrafa Sylvia Moreira), teria obtido aprovação em tempo recorde de apenas 6 dias, a despeito dos problemas com trâmites legais dentro da fundação. Frateschi rebateu a acusação dizendo que a Petrobras tinha demonstrado interesse no projeto do Ágora desde julho de 2007, e que era um projeto que dava seqüência a outro, daí a urgência. Sua análise rápida teria sido fruto de intervenção legal do apoiador, não da cúpula da fundação. A segunda acusação veio da Asserte (associação de servidores da fundação), que acusou a Funarte de ter "atuação pífia" e ser "mera repassadora de verbas", de conduzir editais "mal elaborados, confusos e mal redigidos", com "exigências absurdas e vários equívocos", entre outras. Frateschi argumentou que a fundação mantém o maior programa de bolsas da história do ministério, que está reformando teatros, adquirindo salas e instaurando editais. O ministro Juca Ferreira considerou que Frateschi foi vitimado por um "conflito radical" que estabeleceu com os funcionários da Funarte, e que o dirigente era "autoritário". Mas o defendeu da acusação de irregularidade. "Foi uma injustiça terem divulgado aquilo como uma forma de privilégio. Nós demos preferência a projetos que já tinham patrocínio assegurado, e o da mulher dele entrou nessa leva".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.