Sem presença de Haddad, representantes da área cultural fazem balanço e deixam plano para João Doria

Integrantes da pasta se reuniram para divulgar um saldo e deixar um conjunto de metas para a próxima gestão

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Por Julio Maria
Atualização:

Autoridades da área cultural da gestão do prefeito Fernando Haddad estiveram na noite desta terça-feira, 13, no Centro Cultural São Paulo, fazendo um balanço e apontando perspectivas das políticas culturais. Haddad não participou do encontro, mas sua presença tinha sido confirmada anteriormente. Às vésperas de encerrar a gestão do PT, o atual governo deixa o que chama de Plano Municipal de Cultura de São Paulo, com uma formatação de ações e estratégias que podem ser usadas ou não pelo próximo prefeito, João Doria.

A primeira fala, a mais enfática, foi de Alfredo Manevy, diretor da Spcine e ex-secretário adjunto de Juca Ferreira, quando era secretário da Cultura da cidade. Manevy afirmou que a gestão Haddad encontrou uma pasta gestora de muitos equipamentos, mas quase nenhuma política pública cultural. "A secretaria gastava quase 80% de sua energia administrando esses equipamentos, mas não possuía uma política para as áreas. Isso gerava um certo isolamento da pasta."

Nabil Bonduki, ex-secretário de Haddad, falou que sua gestão conseguiu diminuir um pouco do fosso que separa bairros incluídos, com mais equipamentos culturais, das regiões excluídas. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Manevy lembrou da primeira reivindicação de grupo na área cultural, os blocos de carnaval. "Eles vieram pedir liberdade para desfilar e ocupar a cidade. Em 2013, ainda havia um repúdio ao carnaval de rua de São Paulo. E ainda há forças na Câmara dos Vereadores que querem voltar com a repressão dessas manifestações."

O Plano Nacional é entregue à administração Doria em forma de decreto. "Queríamos muito que fosse uma lei", disseram Manevy e a atual secretária de Cultura, Maria do Rosário. Nabil Bonduki, ex-secretário de Haddad, falou que sua gestão conseguiu diminuir um pouco do fosso que separa bairros incluídos, com mais equipamentos culturais, das regiões excluídas. "Mas ainda há muito a ser feito."

Rosário se despediu dizendo que, a partir de janeiro, eles todos estarão na luta pela continuidade das várias políticas culturais iniciadas nos últimos anos. Manevy afirmou que a sociedade ainda vai acordar e reagir quando a ficha cair e todos perceberem quantos avanços e direitos conquistados estão regredindo com a atual administração do País feita por um governo não eleito pelo povo. "Vai haver uma reação, e a cultura está em alerta... Estamos deixando um legado que é referência na América Latina e eu tenho muito orgulho de ter feito parte desse momento nas políticas públicas da cidade", acrescentou Alfredo Manevy.

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