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Seis artistas com paixão em potência máxima

'Tira Meu Fôlego' é o novo projeto de Elisa Ohtake, que faz uma provocativa mescla de linguagens da arte

Por HELENA KATZ
Atualização:

É praticamente um dream team da dança. Cristian Duarte, Eduardo Fukushima, Raul Rachou, Rodrigo Andreolli, Sheila Ribeiro e a própria autora do projeto, Elisa Ohtake, estão no Espaço Cênico do Sesc Pompeia para a temporada de Tira Meu Fôlego. É o novo espetáculo concebido, dirigido e com dramaturgia assinada por Elisa, que produziu, dentre outros, os excelentes Apathia (2004) e Falso Espetáculo (2007).Misturando dança, teatro e performance em tudo o que faz, desta vez, ela decidiu dar peso maior para a dança. "O teatro e a performance continuam presentes, mas surgiu a inquietação de focar mais em questões específicas da dança, por isso o convite a esses artistas que tanto admiro." Faz tempo que ela se especializa em borrar os limites entre as linguagens artísticas, e a novidade agora é seu interesse pelas distintas manifestações do que chama de "vitalidade": "Reconheço a existência de certos formatos na dança e deixei claro, no texto do programa, que gosto do entendimento de dança como produção de conhecimento, como pensamento do corpo. E dentre esses formatos, escolhi fazer uma provocação que nos levasse a uma dramaturgia focada na subjetividade das paixões, mas realizasse uma conjunção com a ironia, com a postura blasé". Todos se dedicaram a descobrir como se dança uma emoção na máxima potência, recorrendo, inclusive, à fala. Para chegar à paixão, estudaram situações limites de dor, morte, festa, a libido foi estimulada. O maior desafio foi entender as formas como o capitalismo nos captura com a sua exploração das emoções e sensações e transforma a paixão em mais uma de suas produções mercadológicas. E a maior dificuldade, a de tentar escapar da espetacularização que se transformou em padrão de comportamento. "Quis provocar de forma contundente para que chegássemos à vitalidade mais radical possível."O encontro com os cinco artistas foi muito feliz. "De forma geral, quando se juntam pessoas, vão aparecendo problemas no relacionamento. No grupo que formamos, nada disso aconteceu. Ficamos amigos."A iluminação e a sonoplastia são também de Elisa Ohtake, que criou o cenário em parceria com Cesar Resende, ator que participou de Apathia.

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