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Sarah Palin desperta amor e ódio em Hollywood

Por SUE ZEIDLER
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Sarah Palin representa muita coisa que os intelectuais de esquerda em Hollywood adoram odiar, como a oposição ao casamento gay e o apoio ao porte irrestrito de armas, mas apesar disso possui duas qualidades que esse pessoal ama: carisma de estrela e um ótimo roteiro. Também os republicanos, menos visíveis nesse ambiente, estão de olho na candidata a vice do partido. "Ela certamente tem um carisma de estrela e é o tipo da candidata feita para Hollywood. Eu mesmo já me ofereci para fazer um evento de arrecadação para ela", disse Harry Sloan, diretor do estúdio MGM, um executivo abertamente republicano. As pesquisas indicam que a escolha de Palin impulsionou a chapa republicana junto a mulheres, eleitores rurais e sulistas. Embora a agenda dos candidatos só seja divulgada com uma semana de antecedência, vários executivos de Hollywood disseram ter ouvido rumores de que McCain e Palin vão visitar a Califórnia até o começo de outubro, o que poderia incluir eventos com o setor cinematográfico. Em geral, Hollywood despeja doações nos democratas. Até o final de julho, o candidato a presidente Barack Obama havia arrecadado 5,2 milhões de dólares do setor de entretenimento, bem acima dos 885 mil dados a John McCain, segundo o Centro para a Política Responsável. "Aqui é 10 a 1 em termos de artistas que apóiam Obama versus McCain. Há um grupo significativo de apoiadores republicanos em Hollywood, só que eles não são tão expressivos", disse o analista político Allan Hoffenblum. No próximo dia 16, a cantora Barbara Streisand será a estrela de um evento em Beverly Hills que deve angariar até 9 milhões de dólares para Obama. Apesar dessa simpatia pelo democrata, observadores do setor dizem que cineastas, produtores e executivos estão fascinados pela história pessoal de Palin, uma mãe de família do Alasca, habituada a levar os filhos para jogar hóquei e caçar, e que de repente vira prefeita, governadora e eventualmente vice-presidente. "Essa gente está interessada em drama, e Sarah Palin, uma mãe de cinco filhos que usa armas, é claramente um personagem interessante. Politicamente, eles podem não concordar com Sarah Palin, mas estão intrigados", disse o analista político Joel Fox. Dan Glickman, democrata de carteirinha e presidente da influente entidade Motion Picture Association of America, foi à recente convenção republicana, argumentando que "é importante mostrar que nossa organização tem aliados em ambos os lados". "Nossas questões são bipartidárias", disse. Glickman especulou que Palin talvez esteja brilhando mais do que McCain na campanha, e que isso poderia ter efeitos adversos. A chegada de Palin anima conservadores de Hollywood, como Robert Davi, astro do novo filme de David Zucker, "An American Carol", satirizando um cineasta de esquerda que tenta abolir o feriado de 4 de julho, Dia da Independência. "Muitas vezes, os conservadores no set de filmagem se sentem intimidados e incapazes de externar suas opiniões", disse Davi, que considera a candidatura de Palin "energizante." Já Zucker, um ex-democrata convertido ao conservadorismo norte-americano, espera que seu filme, com o também republicano Jon Voight, ajude a mudar a visão que Hollywood tem dos filmes com temas conservadores. "Acho que Hollywood está naturalmente atraída por fazer filmes antiamericanos. Esta será uma obra de entretenimento desavergonhada. Se for bem, terá um enorme efeito." O filme estréia em 3 de outubro, semanas antes de "W", visão esquerdista de Oliver Stone a respeito de George W. Bush. (Reportagem de Sue Zeidler)

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