São Paulo vai ganhar seu CCBB em abril

Construído em 1901, o prédio onde funcionou a primeira sede do Banco do Brasil em São Paulo, a partir de 1927, vai reabrir suas portas e dar lugar ao Centro Cultural Banco do Brasil nos moldes das sedes já existentes no Rio e em Brasília

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Por Agencia Estado
Atualização:

Construído em 1901, o prédio onde funcionou a primeira sede do Banco do Brasil em São Paulo, a partir de 1927, vai reabrir suas portas. Desde o ano passado um batalhão de operários se empenha para transformar o edifício em um centro cultural, na região central da cidade. Até agora, a reforma que visa restaurar os cinco andares em estilo neo-clássico, custou cerca de R$ 7,5 milhões. Tudo, para que o local possa abrigar uma extensa agenda, ainda mantida em sigilo, e se tornar pólo cultural para os paulistanos e os turistas, como já ocorre nas sedes do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro e de Brasília. "A arquitetura está totalmente conservada interna e externamente", afirma a diretora do CCBB Jussara Silveira. Segundo ela, a inauguração, que deveria ser em janeiro, foi adiada para meados de abril, porque os engenheiros decidiram reforçar a estrutura do prédio. Além disso, a programação não está pronta. Um total de 1.660 projetos culturais estão sendo analisados por uma equipe de 12 pessoas, comandadas por Jussara, para fechar a programação, que conta com um orçamento de R$ 5 milhões. Tombado pelo DPH/Conpresp e pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Arqueológico e Turístico do Estado), os 4.183 metros quadrados do prédio serão utilizados para exposições, entre outras atividades. Haverá uma livraria, um restaurante, com capacidade para 50 pessoas, um auditório multiuso (cinema, vídeo, palestras, cursos) com 87 lugares, uma sala de vídeo com 21 lugares. Um grande auditório com 135 lugares promete abrigar peças do Brasil inteiro. Uma sala de informática e leitura, um auditório para cursos e palestras e até um cyber café, com 20 lugares, traduzem a natureza de um centro moderno. O visitante poderá passar o dia traqüilamente no local. Jussara avisa que o critério da programação seguirá a mesma linha do CCBB do Rio e de Brasília, trabalhando com as itinerâncias e lançamentos. O diferencial caracterizando cada sede também será respeitado. "Estamos querendo fazer um centro com a cara de São Paulo". Sem poder entrar em detalhes, ela informa uma das peculiaridades na sede paulista. "A cidade tem uma área de atuação Patrimonial muito significativa. E a ela será dada muito valor. Há planos de criar uma área que discuta o tema a fim de propiciar uma reflexão da história da cidade e um resgate de sua memória". O patrimônio já começa a ser discutido pelo fato do CCBB ser instalado no centro velho. A prefeita Marta Suplicy prometeu revitalizá-lo. A população já reivindica maior controle da prostituição, da venda de drogas e de uma reestruturação na iluminação das ruas. "Os centros das cidades é que dão identidade às metrópoles" afirmou Marco Antônio Ramos de Almeida, diretor-presidente da Associação Viva o Centro. "Nós tínhamos uma previsão de dez anos para tentar reverter o declínio da área. E agora, com a chegada do CCBB, o processo de recuperação do centro da cidade deve ser antecipado". O Centro cultural ficará próximo das estações Sé e São Bento e vai funcionar das 12 às 20 horas, todos os dias da semana. A segurança interna e externa foi organizada pelo Departamento de Segurança do próprio Banco do Brasil. O prédio terá monitoramento 24 horas por dia. CCBB-SP - Rua Álvares Penteado,112, esquina com a Rua da Quitanda, Centro Velho.

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